Vale do Taquari – A contar deste sábado, faltam 140 dias para as eleições de outubro. A Justiça Eleitoral define junho como mês limite para realização das convenções partidárias, encontros para formalização das candidaturas e coligações.
Nos partidos mais representativos do Vale, há possibilidade de dez políticos disputarem vagas na Assembleia Legislativa (AL) ou no Congresso Nacional (confira no infográfico). Neste pleito, os partidos pretendem aumentar a participação local nos parlamentos.
Nas eleições de 2010, a disputa pelas 55 cadeiras da AL envolveu 540 candidatos. Desse total, 375 políticos tiveram votos nos 36 municípios da região, dos quais totalizaram cerca de 220 mil eleitores.
O único a ocupar uma vaga no parlamento gaúcho foi o atual prefeito de Lajeado, Luís Fernando Schmidt (PT), eleito como suplente. Em Brasília, Enio Bacci (PDT) representa a região na Câmara dos Deputados. Nas eleições do dia 12 de outubro, ele deve disputar uma cadeira na AL.
Ex-prefeito de Fazenda Vilanova e pré-candidato a deputado estadual pelo PP, José Cenci, defende mudanças no sistema eleitoral. Para ele, o atual modelo privilegia políticos de carreira. “É uma luta desleal. Aqueles com histórico em cargos importantes, ou que buscam a releição, têm vantagem frente aos que disputam uma cadeira no parlamento pela primeira vez.”
A partir disso, afirma Cenci, a região sofre com a falta de representantes. Na opinião dele, está na hora de uma reformulação na política nacional, instituindo o voto distrital. “Assim sempre teríamos representantes do Vale do Taquari tanto no parlamento gaúcho quanto nacional.”
Pensamento similar ao do vice-prefeito de Arroio do Meio e pré-candidato à AL pelo PT, Áurio Scherer. Avalia que a classe política do Vale não consegue criar uma cultura de prestígio dos nomes locais aos eleitores.
O total de votos para chegar a uma cadeira depende da sigla. Estima-se que sejam necessários entre 30 mil até 50 mil para o cargo de deputado estadual. Já para federal, são necessários o aval de no mínimo cem mil eleitores.
Desistência
Ex-prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch (PTB), aparecia como possível candidato a deputado estadual. Há cerca de três meses, ele retirou o nome. “Fizemos uma análise e percebi que seria inviável.”
Segundo ele, o motivo principal é o trabalho. “Não teria como dividir as atividades entre comandar minha empresa e buscar votos. Ficaria sobrecarregado.”
No ano passado, Kohlrausch saiu do PMDB por desavenças devido ao apoio de integrantes a candidatura de Vilson Jacques à deputado estadual. O ex-prefeito queria unanimidade para participar do pleito. A entrada do atual vice-prefeito de Lajeado provocou a saída de Kohlrausch do PMDB.
No lugar de Kohlrausch pelo PTB, o vereador de Teutônia Hélio Brandão da Silva deve ser o pré-candidato da região a deputado estadual.
Eleitores não lembram em quem votaram
Depois de um mês da eleição de 2010, um em cada cinco eleitores esqueceu em qual parlamentar havia votado, segundo pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral. Outro estudo, esse da Unicamp, aponta que 70% dos brasileiros não se lembravam em que deputado votaram quatro anos antes.
Aumento de 4,4% no número de eleitores
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi registrado um crescimento superior a seis milhões de inscritos que estarão aptos a votar nas eleições de outubro.
O número do eleitorado nacional saltou de 135.804.433 eleitores em 2010 para 141.824.607 em 2014, um incremento de 4,43%.
Outro número expressivo é o de solicitações para votar em seções especiais, por eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida. Esse dado passou de 148.102 eleitores em 2010, para mais de um milhão eleitores em 2014. Um incremento de 607,12%.
Convenções iniciam em duas semanas
Assembleias estaduais para definição de candidatos e coligações devem ser realizadas de 10 a 30 de junho, conforme determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Prédios públicos podem ser utilizados de forma gratuita, contanto que responsáveis pelos locais sejam comunicados, por escrito, com antecedência mínima de 72 horas.
Mas os postulantes a cargo eletivo podem fazer propaganda intrapartidária (com vista à indicação de seu nome por parte da legenda) a partir desta segunda-feira, exceto em rádio, televisão e outdoor. “É uma propaganda dirigida apenas a um grupo específico de eleitores, com vista a uma eleição interna, em âmbito partidário”, define o Glossário Eleitoral.
Em 5 de julho (até as 19h) encerra o tempo para partidos políticos e coligações apresentarem ao TSE requerimento de registro de candidatura a presidente e vice-presidente da República. O prazo também vale para a entrega de registros ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no caso da disputa a governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes, deputado federal e deputado estadual.
No dia seguido, inicia o prazo para propaganda eleitoral. “Assim que os candidatos da região estiverem definidos, vamos fazer uma reunião com os representantes dessas candidaturas”, aponta o promotor eleitoral de Lajeado, Sérgio Diefenbach.
A partir de 1º de julho está suspensa a veiculação da propaganda partidária gratuita e não será permitido nenhum tipo de propaganda paga no rádio e na televisão. Também fica vedado às emissoras de rádio e TV, entre outros: transmitir imagens de pesquisa ou consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível identificar o entrevistado.
Último prazo para ajustar título
Quem perdeu ou teve extraviado o título e precisa pagar multa eleitoral poderá requerer esses serviços até dez dias antes das eleições. Nos dois primeiros casos, o eleitor pode procurar qualquer cartório e solicitar a emissão da segunda via. A impressão ocorre na hora e não tem custos adicionais.
Para o pagamento de multas o processo é semelhante. O cidadão deve solicitar ao cartório uma Guia de Recolhimento da União (GRU) e fazer a quitação por meio de depósito bancário.
Aqueles eleitores que perderam o prazo para o alistamento, encerrado dia 7 de maio, entretanto, não poderão votar neste ano. Nessa data também fechou o período para eleitores requererem inscrição eleitoral, transferência de domicílio, alteração de título ou transferência para seção especial (eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida).
As consequências para quem está com o título eleitoral cancelado ou possui multas a pagar são várias. Entre elas, não poderá: inscrever-se em concurso público; tirar passaporte ou carteira de identidade; participar de concorrência pública; obter empréstimos de bancos estatais; e renovar matrícula em estabelecimento de ensino, entre outros.