Promotor denuncia 14 suspeitos à Justiça

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Promotor denuncia 14 suspeitos à Justiça

Documento com 140 páginas aponta crimes investigados pelo Ministério Público

Vale do Taquari – O promotor Mauro Rockenbach apresentou, ontem pela manhã, a denúncia contra os suspeitos de participar do esquema de adulteração de leite apurado pela Operação Leite Compen$ado.

No total, 14 pessoas foram denunciadas por 69 crimes. Entre elas, estão presos o proprietário da Hollmann, Sérgio Seewald, e o responsável pela política leiteira da empresa, Jonatas William Krombauer, e o proprietário da Pavlat, Ércio Klein.

Os outros 11 denunciados são transportadores. O documento com 140 páginas foi entregue à Justiça de Teutônia. De acordo com o promotor, 69 laudos comprovaram a adulteração dos produtos. “Todos os denunciados participaram de alguma forma da fraude.”

Segundo Mauro, a alteração podia acontecer em qualquer uma das etapas do processo, seja no recebimento do produto nas propriedades, durante o transporte ou nas empresas.

Os suspeitos foram denunciados no artigo 272 do Código Penal, por adulteração de produto alimentício. O crime tem pena de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa.

Audiências terminaram sexta-feira

O último suspeito de participar do esquema participou de audiência no Ministério Público de Lajeado nessa sexta-feira. O proprietário da Pavlat, Ércio Klein, optou pelo direito de se manter em silêncio. A mesma estratégia foi utilizada pelos outros dois suspeitos presos, convocados para depoimentos na quinta-feira.

Os outros 11 suspeitos também foram ouvidos na quinta-feira, em Arroio do Meio. Segundo o promotor, parte deles admitiu receber orientações das empresas para recolher o leite fora do padrão. Mauro afirma que as investigações sobre a participação dos freteiros seguirá em paralelo ao processo.

Leite adulterado chegou a ser vendido

As investigações apontaram mais de um milhão de litros de leite adulterados pelas duas empresas. A emissão de 91 laudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a fraude.

Amostras de leite cru refrigerado da Hollmann apontaram adição de água. Mesmo dentro do prazo de vencimento, o leite UHT da Pavlat continha produtos em fase de decomposição. Os lotes foram retirados de mercados em março. O leite chegou a ser vendido em Florianópolis.

As empresas continuam em funcionamento, mas técnicos do Mapa realizam análise de todo produto recebido. A orientação é para reter os produtos adulterados.

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