Faltas prejudicam marcação de consultas

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Faltas prejudicam marcação de consultas

Em Lajeado, de janeiro a abril, Sesa constata ausência de 10% dos usuários do SUS

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Vale do Taquari – As faltas dos pacientes em consultas, exames e até cirurgias pelo SUS alcançam índices preocupantes. Levantamento da Secretaria da Saúde de Lajeado (Sesa) mostra que nos primeiros quatro meses deste ano 320 pessoas não compareceram aos procedimentos marcados em hospitais de Porto Alegre e Taquari.

02Conforme o responsável pela Sesa, secretário Glademir Schwingel, a ausência provoca prejuízo no transporte, demanda trabalho das equipes de saúde para os agendamentos, além de prejudicar outras pessoas que também aguardam pelos procedimentos.

Por dia, diz, em média dois veículos saem de Lajeado para levar pacientes aos hospitais. Um dos transportes é contratado. “Quando uma van sai com poltronas sobrando, é custo para o município.” Os agendamentos dependem da central do Estado. Por mês, a cota de procedimentos SUS se aproxima de mil.

Em Taquari, o secretário de Saúde José Harry relata problema parecido. Ex-coordenador da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), ele afirma que essa situação permeia debates com membros dos governos municipais.

Segundo ele, é preciso dividir a responsabilidade. Na opinião de Harry, há casos em que as pessoas esperam demais para conseguir um horário. A partir disso, fazem o procedimento na rede privada. “Às vezes, o agendamento tem um prazo muito longo e os pacientes têm pressa.”

Por outro lado, reafirma a necessidade de as pessoas avisarem as secretarias de Saúde. Para Harry, mesmo com as deficiências do modelo, os pacientes precisam honrar o compromisso. “As pessoas se prejudicam e prejudicam todo o sistema.”

Pela cota SUS, Taquari ganha em média 250 procedimentos com especialistas. Desde o início do ano, contabiliza 60 faltas a exames e consultas.

Aposta na conscientização

Para mudar o quadro atual e fazer com que os pacientes auxiliem os municípios no processo, a Sesa de Lajeado aposta em campanhas de educação. Para Schwingel, o trabalho começa no contato do usuário do SUS com as equipes de saúde dos postos. “Vamos trabalhar com a conscientização para que os pacientes se deem conta de que o serviço tem custos e é relevante pois envolve muitas pessoas.”

Admite que esse processo precisa de tempo para funcionar. A estratégia em Lajeado também envolve o contato com os faltosos. Segundo o secretário, a medida visa saber os motivos para as ausências.

Exemplo positivo

Diferente da realidade de Taquari e Lajeado, em Arroio do Meio, há poucas faltas de pacientes do SUS. Pelo menos é o que afirma a secretária de Saúde, Maria Helena Matte. De acordo com ela, os moradores do município costumam comunicar caso não possam comparecer no dia agendado. “Às vezes temos alguma ausência. Mas são raras.”

Segundo Maria Helena, as atendentes dos postos de saúde conversam com os usuários e reforçam a importância de manterem a Secretaria de Saúde informada. Também repassam os horários de saída dos transportes para os hospitais. “Penso ser algo cultural da comunidade.” Ao avisar, diz, o município consegue encaminhar outro paciente da lista de espera.

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