Vale do Taquari – Os municípios da região estão longe de atingir a meta da campanha nacional de vacinação contra a gripe. Números da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde apontam que, até ontem, cerca de 54% das pessoas pertencentes aos grupos de risco foram imunizadas. O objetivo da campanha é vacinar 80% delas.
Canudos do Vale. Município com menor índice de imunização, com 29%. Paverama, com 30%, Imigrante, 33%, e Forquetinha, 36%, completam a lista de cidades com menor cobertura. Já Anta Gorda, Arroio do Meio, Ilópolis, Relvado e Putinga alcançaram mais de 70% de cobertura nos grupos de risco.
Em Lajeado, mais de 8,5 mil doses foram aplicadas. A lajeadense Adriana Scheibler Massaro levou o filho Lucas, 3, ao posto de saúde do centro. Ela afirma que segue a agenda de imunizações e que isso faz com que Lucas nunca tenha apresentado sintomas da doença. “É uma obrigação de mãe cuidar da saúde do filho.”
Até ontem, 41.198 pessoas foram imunizadas na região. Fazem parte dos grupos de risco crianças com idade entre 6 meses e 5 anos, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais, indígenas, portadores de doenças crônicas e detentos. A campanha, iniciada em 22 de abril, encerra nesta sexta-feira. A vacina só não é recomendada para pessoas que têm alergia à clara de ovo, produto com o qual é desenvolvida.
Mitos atrapalham campanha
Para o médico Carlos Jorge Nonnemacher, 67, os mitos acerca da vacina fazem com que muitas pessoas deixem de realizar a imunização. Segundo ele, entre os motivos alegados estão as reações adversas e o medo de ficar gripado. “As vacinas podem dar um pouco de febre e mal-estar, mas é algo muito raro.”
Com 38 anos de profissão, Carlos acredita que a imunização é a única forma de garantir proteção contra o vírus. Ele lembra que há alguns anos houve uma mobilização maior devido à descoberta da gripe A. “A gripe comum mata até mais do que a A e as pessoas deveriam manter os hábitos que adquiriram na época.”
O medo de contrair o novo vírus faz com que o agricultor Renato Padilha, 62, faça a vacina todos os anos. “Antes eu não percebia a importância de vacinar.”
Procura na rede privada aumenta
O número de imunizações nas clínicas particulares é maior neste ano. De acordo com o enfermeiro Adriano Roberto dos Santos, 1.832 vacinas foram aplicadas desde o dia 22 de março na clínica de imunização em que trabalha, números que superam os do ano passado.
A vacina da rede privada é a mesma da rede pública. Ela oferece imunização contra os vírus Influenza B, H1N1 (gripe A) e H3N2. A duração da dose varia entre oito e dez meses. A imunização inicia de 14 a 21 dias após a aplicação. A vacina custa R$ 70 para quem tem convênio com plano de saúde e R$ 80 para público em geral.