Região cria sistemas de monitorar águas

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Região cria sistemas de monitorar águas

Três projetos para melhorar informações sobre enchentes estão em fase de teste

Vale do Taquari – Com a aproximação do inverno aumenta a preocupação com as cheias. Desde o ano passado, com auxílio de projetos federais e regionais, as administrações municipais investem em tecnologia para monitorar o Rio Taquari e facilitar o trabalho de remoção das famílias.

1Um dos projetos mais recentes foi anunciado nesta semana em Cruzeiro do Sul, em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O município instalará dois pluviômetros semiautomáticos, um na escola São Felipe, em Linha Sítio, e o outro na escola 25 de Julho, em Picada Aurora.

Esses pontos estratégicos facilitarão o controle da densidade das chuvas. A operação dos aparelhos, fornecidos de forma gratuita pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, ocorrerá pela Defesa Civil (DC). O integrante Gerson Kolling projeta a realização de leituras bimestrais. A coleta de dados terá registro em programa específico. “As informações auxiliarão nos estudos à previsão de cheias”, diz.

Cita a instalação de outro pluviômetro automático central, junto à prefeitura, responsável por permitir a transmissão dos dados em tempo real à sede do Cemaden. Esses serão cruzados com informações de demais municípios contemplados: Taquari, Charqueadas e Porto Alegre, para facilitar o alerta de cheias em diferentes pontos do Estado.

Sensores permitem mais precisão

Outro projeto em andamento, garante a instalação de nove estações telemétricas pela bacia hidrográfica Taquari-Antas. O primeiro equipamento foi instalado em Estrela, no porto. Encantado e Muçum serão outras cidades da região a receber o sensor.

Coordenado pela Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), o sistema permitirá a leitura constante e acompanhamento preciso do volume de chuvas e evolução do nível do Rio Taquari. No Estado, a bacia hidrográfica do Caí já tem o modelo.

O controle dos nove equipamentos ocorrerá pela central reguladora, em Porto Alegre, repassando as informações aos municípios. Profissionais da DC, administrações municipais e bombeiros terão cadastro para receberem os alertas pela internet via satélite, sendo atualizadas a cada 15 minutos.

Recuperação de sistema de alertas

De forma paralela, a Univates investe há dois anos na recuperação do sistema de alertas. O modelo funcionou entre 2003 e 2007.

O projeto almeja o monitoramento do nível das águas para alertar as pessoas sobre possíveis inundações em cidades como Lajeado, Estrela e Encantado.

Para isso, há a instalação de sete linígrafos e dez pluviômetros em diversos pontos do Rio Taquari e afluentes. Os equipamentos estão em testes.

Há projeção de outros aparelhos no Rio Forqueta, em Marques de Souza, e no Rio Guaporé. Réguas de medição também são postas no Rio Carreiro, Rio das Antas e próximo da barragem do Rio Taquari.

Réguas são insuficientes

O monitoramento atual do Rio Taquari ocorre, de maneira geral, pelas réguas instaladas em pontos estratégicos. Medida insuficiente para prever a intensidade das cheias e garantir a antecipação da retirada de famílias.

Segundo o coordenador regional da Defesa Civil, tenente-coronel Vinícius Renner, os projetos contribuirão ao acesso mais rápido e direto à informação das cheias, com atualização a cada 15 minutos.

Para ele, a diversidade de projetos demonstra o interesse dos poderes e entidades em encontrar soluções de alerta e monitoramento. Ressalta a necessidade de interligar todos, para obter um maior resultado. “Porém não podemos ficar só na esfera governamental, precisamos atuar com os atingidos”, reforça.

Nesse sentido, se reunirá com os municípios no fim do mês, para lançar uma campanha de distribuição de três mil cartilhas. O material, feito por alunos da Univates, contém orientações de como as famílias devem proceder perante uma enchente.

Famílias seguem em áreas de risco

Um estudo elaborado em 2012 pelo Ministério de Minas e Energia aponta a presença de mais de dez mil pessoas em situação de risco na região. A dona de casa Jéssica Lorenço é uma delas. Há quatro anos, ela mora em uma das primeiras áreas alagáveis no centro de Lajeado. Ao lado da filha, vive com mais dez pessoas no mesmo terreno.

Desconhece os projetos de alerta, mesmo assim, cita toda ajuda como válida. Sem condições financeiras de mudar de casa, aguarda pela seleção de habitações populares pelo município. Na espera, já enfrentou cinco cheias.

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