Bom Retiro do Sul – O Tribunal de Contas do Estado (TCE) julgou no dia 22 de abril as contas do governo de Celso Pazuch. Em 2012, o caixa do município encerrou o ano no vermelho. Conforme a análise do TCE, nos últimos oito meses do mandato de Pazuch, foram contraídas despesas superior a R$ 496 mil.
Com a correção monetária, a insuficiência financeira no fim do governo provocou um rombo de R$ 918 mil. Devido à gestão fiscal, os auditores determinaram multa de R$ 1 mil ao ex-prefeito. Uma das alegações da defesa para o déficit foi a desoneração sobre o IPI em 2012.
Pela avaliação dos auditores, a queda da arrecadação ficou em quase R$ 180 mil, a qual não seria suficiente para cobertura dos valores. Pela intimação, o ex-prefeito terá um prazo de 30 dias para pagar a multa e comprovar a quitação ao TCE. Cabe recurso da decisão.
Problema no governo
Em janeiro do ano passado, Pedro Aelton Wermann assumiu o governo de Bom Retiro do Sul. Ao se deparar com a situação financeira do caixa municipal, levou um susto. Em reportagem do A Hora publicada na época, o secretário da Fazenda, Sérgio Gregory admitiu: “Não temos como investir.”
Além do déficit orçamentário, encontrou as secretarias municipais sucateadas. Faltavam materiais, não haviam medicamentos na farmácia básica e as máquinas para reformas das estradas e acessos não funcionavam.
A cidade com cerca de 13 mil habitantes tem um orçamento próximo dos R$ 22 milhões. Para tapar o buraco deixado pelo antecessor, pegou 6% da receita destinada para livre movimentação do gabinete para pagar dívidas.
Para o atendimento em saúde, havia um débito de R$ 160 mil com o Hospital Bruno Born. No parque de máquinas, haviam em janeiro de 2012 duas patrolas com defeito. Das três retroescavadeiras, uma funcionava bem. Outra, apenas para alguns serviços, enquanto a mais antiga sequer ligava.
Passado o primeiro ano da gestão, a conta ainda não foi quitada. Afastado do cargo por motivos de saúde, o prefeito Wermann afirma que o débito superou aquilo apresentado no TCE. “Foi mais de R$ 3 milhões.”
Segundo ele, inúmeros serviços e projetos foram prejudicados. Áreas básicas para o atendimento da população foram priorizadas. “Município sem crédito é a pior coisa do mundo. Com um inadimplente o fornecedor já cobra mais.”