Lajeado – A falta de medicamentos básicos em postos de saúde da cidade perdura desde o ano passado. Ontem, parte do estoque da Secretaria da Saúde (Sesa) foi reposto. Faltam outros dez tipos (veja boxe). Município garante compra, mas cita atrasos de entrega.
Entre as principais queixas de pacientes aparece a ausência de remédios para controle de pressão, analgésicos, diabete, hipertensão e osteoporose. Todos são oferecidos de forma gratuita pelo SUS.
Há pelo menos três meses o casal de aposentados Maria Marlene, 60, e José Dias, 67, aguarda por medicamentos na unidade de Conservas. Ela sofre de diabete e colesterol, necessitando de Metformina, em falta.
“Por enquanto, não estou tomando”, declara. Tenta controlar a alimentação, mesmo assim confessa sentir fraqueza nas pernas. Dias conseguiu ontem um dos medicamentos para controle de pressão. Outro, diurético, conseguirá só na sexta-feira. “Ficarei três dias sem.”
Na falta de medicamento, a aposentada Lurdes Ledur, 84, do centro, pediu uma cartela emprestada à filha. Toma medicação para tireoide, pressão e diabete. Algumas vezes, precisou comprar os remédios para garantir o tratamento. “Se não tem, compro. Preciso, fazer o quê?” Aguarda pela reposição, com consulta marcada para a próxima quinzena.
Distribuição ocorre até sexta
O farmacêutico municipal, José Luís Batista, frisa a normalização de 90% da distribuição de medicamentos. Justifica o atraso devido a problemas de entrega por parte da greve dos Correios e por fornecedores.
Segundo ele, os medicamentos passam por separação na Sesa para posterior envio às unidades de saúde até a sexta-feira, dia 2 de maio. Informa a disposição de dois remédios para depressão na Farmácia-Escola: carbamazepina e carbonato de lítio.
Cita a falta de outros medicamentos como metildopa (para pressão) no mercado, e metformina sem entrega por fornecedor. Sobre o restante da lista, não há justificativa.
Compra regional
A falta de medicamentos atinge diversos municípios da região. Para amenizar a situação, o Consisa pretende regionalizar a compra. Conforme o secretário-executivo da entidade, Nilton Rolante, a compra associativa força a redução dos preços devido à soma das listagens de todos os municípios.
Por meio do consórcio será possível fazer um pregão e comprar a cada 60 dias. Outra possibilidade é estender o prazo de validade do medicamento, eliminando as sobras. Condiciona-se na hora da compra que a data de vencimento ultrapasse dois anos, por exemplo. O serviço deve vigorar ainda neste ano.