Município paga aluguel de posto inativo

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Município paga aluguel de posto inativo

Dos 23 meses pagos, unidade no Loteamento Sete de Setembro funcionou sete

Roca Sales – Moradores do Loteamento Sete de Setembro aguardam há um ano e quatro meses pela reabertura da extensão da unidade de saúde do bairro. Desativado desde 2012, o prédio continua com aluguel pago pelo município. Nesse período, foram gastos mais de R$ 7 mil, conforme consta no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Prefeito Nélio Vuaden desconversa e promete posto próprio.

01O apartamento 1 do Edifício Residencial Pepe, na rua José Brock, manteve o serviço de junho a dezembro de 2012. O espaço com 64,2 metros quadrados tem o custo mensal de R$ 531,10. O contrato inicial foi assinado na administração anterior, em junho de 2012. O governo atual acrescentou um termo aditivo em maio de 2013, quando o local já estava inutilizado.

Questionado sobre o aluguel, o proprietário do prédio, Claudionir Scorsatto (Pepe), se contradiz. Primeiro afirma morar há poucos meses no bairro, no andar de cima. Depois, na presença de outros moradores, confessa ser o locatário. “Já terminou o contrato”, declara.

Mas, segundo Vuaden, a vigência encerra nesta semana. Cita o fechamento do posto por falta de espaço adequado. Mesmo assim, o município pagou aluguel, por haver equipamentos guardados no imóvel. Ontem, o apartamento estava aberto e sem materiais no local. Havia apenas um varal com roupas. Já o recurso para o novo posto no bairro, R$ 408 mil, chegou no ano passado. A obra depende da definição de terreno e posterior abertura de licitação.

“Posto é questão prioritária no bairro”

A falta de serviços de saúde na comunidade é recorrente. Antes da utilização do prédio na rua José Brock, atendimentos de medição de pressão e marcação de consultas médicas ocorriam em outra casa alugada no bairro.

“Apenas a visita de agentes comunitárias continua”, diz a aposentada Elzira Gosmann da Silva, 74. Diferente da justificativa dada pelo prefeito, cita o desativamento relacionado à falta de médicos. Moradora do bairro há 12 anos, ela e o marido necessitam de acompanhamento constante, devido a doenças como úlcera, hérnia estomacal, diabete, colesterol e hipertensão.

Sem o serviço no bairro, consegue marcação de consultas com a agente de saúde. Mas, na maioria das vezes, enfrenta fila. “Idoso não tem preferência”, reclama.

Aposentado por invalidez há 12 anos, devido a um acidente de trabalho, Gilvan Saldanha também se queixa da espera. “Posto é questão prioritária no bairro. Há muita gente morando aqui”, diz. Desconhece o pagamento de aluguel do prédio, assim como a maioria dos moradores.

Situação dos demais postos

O município tem sete médicos, sendo um obstetra, um pediatra, cinco clínicos-gerais. Há duas semanas, a médica cubana Eldrys Rodrigues Rubio foi integrada ao grupo de atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS), no Centro.

Principal posto da cidade, tem uma média mensal de três mil consultas, centralizando a maioria dos procedimentos.

As unidades nas linhas Campinhos e Marechal Floriano têm uma enfermeira nas quintas-feiras à tarde, para verificação de pressão, marcação de consultas e atendimento médico mensal.

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