Vale do Taquari – A falta de espaço adequado na região para espetáculos e eventos culturais acaba a partir de maio. Com uma estrutura de mais de dez mil metros quadrados, contendo teatro, biblioteca e local para exposições, o Centro Cultural da Univates inaugura no sábado, dia 3. Primeiro no Vale, incentiva o desenvolvimento cultural ao ofertar mais opções à sociedade.
Comparado aos principais teatros do país, o espaço teve um investimento de R$ 45 milhões. As obras duraram cerca de um ano. Para brindar o trabalho realizado, ocorre a cerimônia de inauguração com o encontro inédito do cantor brasileiro Gilberto Gil e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa). Com duração estimada de uma hora e 30 minutos, o espetáculo Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo fará uma retrospectiva da trajetória musical do cantor.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Cultura e Evento, Ana Lúcia Pretto, o teatro tem capacidade para 1.173, sendo 16 espaços para cadeirantes. Depois do show, ocorre o lacre da cápsula do tempo. Documentos referentes ao ensino na região, à instituição e recados de alunos serão guardados num cofre, para abertura em 2039, quando o Ensino Superior no Vale completa 70 anos.
Ana vê o projeto como um primeiro passo para o desenvolvimento cultural e econômico da região. “Possibilitará a vinda de espetáculos de fora, atraindo diferentes públicos e incentivando novos investimentos em gastronomia e hotelaria, por exemplo.”
Além da utilização para formaturas e eventos realizados pela universidade, projetos externos poderão locar o teatro. O aluguel para um turno custará R$ 5 mil. Dois turnos, R$ 8 mil e três turnos, R$ 10 mil.
Integrada ao complexo cultural, o espaço do Núcleo de Cultura e Eventos será aberto com a exposição “As máquinas de Leonardo Da Vinci”, de 3 de maio a 2 de junho. Já a biblioteca recebe a transferência de acervo em julho, durante as férias de inverno.
“Mais cultura, mais arte e menos violência”
Para a jornalista Laura Peixoto, envolvida com teatro amador há duas décadas, a inauguração de um centro desse porte simboliza o crescimento cultural do Vale nos últimos anos. “Um teatro com aportes técnicos e com uma programação bacana influenciará muito na formação intelectual, na sensibilidade estética e artística do povo”, salienta.
Com o espaço, torce pelo maior incentivo à profissionalização dos grupos musicais, teatrais e de dança. Cita também o desafio da instituição em encontrar uma forma de viabilizar o acesso a todas as pessoas que sonham em pisar num teatro. “Mais cultura, mais arte e menos violência”, acredita.
Músico, regente e diretor artístico, vencedor do Canto da Lagoa neste ano, o estrelense Lucas Brolese elogia a iniciativa. Como principal diferencial, relata o aterramento do palco para uma melhor sonorização, considerada rara na maioria dos palcos.
Critica apenas o valor dos ingressos. Sugere a realização de projetos de incentivo à produção cultural na região e apoio de empresas pela Lei de Incentivo à Cultura, para subsidiar parte dos valores.
Obras paralelas: Estádio Olímpico e Tecnovates
Além do Centro Cultural, outros dois investimentos somando R$ 28,5 milhões inauguram no dia 3 de maio. Um deles é o Estádio Olímpico, com campo de futebol e pista de atletismo, localizado próximo ao prédio 16. Com medidas oficiais de campo, os jogos poderão ser televisionados. Nas arquibancadas há capacidade para 2,3 mil pessoas. Já a pista de atletismo segue os padrões de certificação da Associação Internacional de Federações de Atletismo.
Outra obra é o Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), voltado à produção de alimentos e proteção ambiental. Com uma área de 5,2 mil metros quadrados, a construção conta com laboratórios de biologia, biotecnologia e química de alimentos. O investimento de R$ 23 milhões, contou com R$ 7 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
