Teutônia – O Executivo suspendeu nesta semana o repasse de R$ 3,5 mil mensais ao Conselho de Pro Segurança (Consepro). Ameaça requerer de volta o prédio cedido à Polícia Civil e também cancela destinação de materiais para construção de sede para a BM. O motivo foi a transferência a outras cidades de duas viaturas adquiridas pelo município por meio da consulta popular de 2010/11.
O prefeito Renato Altmann sustenta a decisão até que os dois veículos retornem a Teutônia. Recebidas em junho e dezembro de 2013, foram cedidas para as cidades de Paverama e Lajeado. O governo municipal contesta a ingerência da Polícia Civil, que, segundo Altmann, não consultou ninguém do Executivo para repassar os veículos. O prefeito inclusive questiona a relevância de participar das consultas populares. De que adianta participar? Por que as viaturas não estão aqui?
Consepro e Comude consentem com a decisão. O presidente do Consepro, Egon Fritzen, inclusive sugeriu a retomada do prédio repassado à Polícia Civil. Orienta usar a estrutura para outra finalidade, como a instalação da BM. Segundo Altmann, há viabilidade para cancelar a cedência a qualquer momento.
A administração municipal cedeu o prédio para a nova sede da delegacia e paga o aluguel do prédio onde atua a Brigada. Da mesma forma, cedeu o terreno para construção da nova sede da BM. O material previsto para obra foi suspenso. Assim como os R$ 3,5 mil mensais repassados ao Consepro. O valor contribui para a manutenção das viaturas e compra de equipamentos dos órgão de segurança.
Devido ao impasse, integrantes do Consepro não apresentaram projeto para a segurança pública na Consulta Popular deste ano. Para Altmann, foi uma falta de respeito com o povo de Teutônia e com as pessoas que fazem um trabalho voluntário pela segurança pública. “Se a polícia pode trocar como bem quiser as viaturas e não consultar os parceiros (prefeitura e Consepro), nós também podemos cortar o repasse”.
Delegacia se defende
Para a delegada regional da Polícia Civil, Elisabete Barreto Müller, a situação estava esclarecida. Conforme ela, houve reunião com integrantes das entidades e o Codevat. Elizabete afirma que os delegados envolvidos concordaram com a troca. “A população votou para destinação de viatura para a Polícia Civil da região, a decisão da utilização é da coordenação”.
Segundo a delegada, a iniciativa foi tomada a partir das necessidades dos municípios, com documentação e de forma transparente. Nega possibilidades de devolução. Ela “estranha” o posicionamento do Executivo e pedirá uma reunião com o prefeito.
