Deja acusa governo de tentativa de coação

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Deja acusa governo de tentativa de coação

Vereador alega que sindicância contra filha seria usada para lhe prejudicar

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Câmara de Lajeado – O presidente do Legislativo, Djalmo da Rosa (PMDB), o “Deja”, acusa o governo de chantagem. A filha dele, agente comunitária de saúde, é suspeita de falsificar assinaturas nas fichas de acompanhamento. A sindicância foi aberta em 2011.

04O vereador conta que foi chamado para uma reunião com integrantes do Executivo. Na ocasião, lhe mostraram a sindicância. “Tentaram fazer com que eu parasse de criticar o governo. Caso eu aceitasse, dariam um jeito de afastar alguma penalidade contra minha filha.”

Uma cópia da investigação das supostas irregularidades cometidas pela agente de saúde foi entregue ao vereador Antônio Schefer (SDD). “Chegou um rapaz que faz a entrega dos malotes. Disse para eu fazer o trabalho.” Segundo ele, esperavam que ele usasse o dossiê para prejudicar o presidente do Legislativo.

Durante o pronunciamento, Deja mostrou-se irritado com a entrega da sindicância aos outros vereadores. “Levar o documento para os outros, ficar falando por aí que a filha do Deja fez isso ou fez aquilo.”

Para ele, os casos de perseguição do governo aos vereadores ocorrem há tempo. “Eu faço parte dessa coligação. Vou honrar minha palavra, mas se tiver algo errado vou falar. Acharam que fechariam minha boca. Eles estão enganados.”

A agente de saúde prestou depoimento à comissão de sindicância no dia 4 de julho do ano passado. A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a suposta falsidade ideológica em documentos públicos.

“Ofereceram o dobro para minha funcionária

O vereador Schefer também acusa o governo de perseguição. Afastado do Legislativo na última semana devido a um problema de saúde, diz que uma secretária foi chamada no gabinete do prefeito Luís Fernando Schmidt.

A servidora teria recebido uma proposta de trabalho. “Ofereceram o dobro para minha funcionária. Isso é lamentável. Sabia que era um perseguidor, mas não sabia que era tanto.” Segundo ele, o chefe do Executivo teria esperado ele sair de licença para fazer a oferta.

O vereador Lorival Silveira (PP) afirma que um servidor dele também foi assediado com proposta de trabalho do governo. De acordo com ele, foram quatro investidas. “Ele recusou. Prefere trabalhar com gente séria”, ironizou.

Sem acordo para UPA

O líder do governo na câmara, Ildo Salvi (PT) pediu acordo com os demais parlamentares para o projeto para gestão da UPA ir à votação ontem. A proposta também prevê o repasse de verba para a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). O valor solicitado alcança R$ 2,7 milhões.

O contrato com a entidade, assinado no fim de fevereiro, descumpriu a lei orgânica do município. Pela norma, todo convênio para prestação de serviço com uma terceirizada precisa de aprovação dos vereadores.

Waldir Gisch (PP) alertou para o erro no início deste mês. Ontem, criticou o texto da justificativa do projeto. Para ele, houve um exagero nas ponderações do jurídico do município. “Em todos esses anos no setor público, nunca tinha visto um texto tão extenso.”

Na opinião dele, a justificativa traz mais dúvidas do que explicações. “Todos os vereadores querem se aprofundar no projeto. Do jeito que está, fica impossível votar hoje (ontem).”

Silveira também comentou o projeto de lei. “Convidamos o assessor jurídico para falar da capina. Faz 60 dias. Agora, pode aproveitar e explicar essa justificativa, porque não entendi.”

Sem a aprovação dos vereadores, a FHGV continua gerindo a UPA. Assim que o convênio for aprovado pelos parlamentares, um novo contrato entre município e FHGV será feito.

Até lá, a fundação arca com as despesas da unidade sem verbas públicas. Assim que for aprovado, um novo contrato será redigido.

Depois disso, para receber dinheiro federal e estadual, é necessária a publicação do Ministério da Saúde, no Diário Oficial da União, para a oficialização da abertura. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), assim que houver a divulgação, a verba será liberada de forma retroativa.

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