BM recruta polícia especial para a Copa

Você

BM recruta polícia especial para a Copa

Mais de 40 brigadianos da região reforçam segurança da capital entre maio e julho

Vale do Taquari – A Secretaria de Segurança Pública convoca quase 40 brigadianos da região para atuar na Região Metropolitana durante a Copa do Mundo. São 26 policiais dos POEs de Lajeado e Estrela, cinco do Pelotão Montado de Taquari e, pelo menos, outros dez da Assessoria de Inteligência (P2).

03Conforme o chefe do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), tenente-coronel Álvaro de Medeiros, o efetivo deve embarcar na segunda quinzena de maio e retornar na metade de julho. Os brigadianos permanecem na capital, pelo menos, até o fim da primeira fase da copa, quando ocorrem quatro dos cinco jogos sediados no Rio Grande do Sul.

O quadro de 31 policiais lotados nos três pelotões (Estrela, Lajeado e Taquari) era insuficiente para completar o necessário apontado pelo Estado. Por isso, também foram destinados os agentes da área de inteligência.

De acordo com a associação de brigadianos Abamf, um em cada cinco policiais do Estado estará em Porto Alegre durante a Copa. Serão mais de dois mil homens do interior designados para reforçar a segurança. A entidade manifesta preocupação com o desfalque em pelotões das cidades, o que causa apreensão na categoria.

Os quase três mil policiais que trabalharão no Mundial serão divididos em dois grupos. Metade formará o Batalhão Copa e atenderá uma espécie de eixo do Mundial: desde o entorno do Beira-Rio, áreas oficiais de estacionamento, rota protocolar da Fifa, shoppings, rede hoteleira, fan fest, Acampamento Farroupilha e pontos turísticos até a rodoviária e o aeroporto.

Já a outra metade vai integrar o Batalhão Especial de Pronto Emprego (Bepe), força especial que ficará de prontidão em dias de jogos para o caso de protestos ou incidentes graves. Em dias sem partidas, essa equipe deve auxiliar no policiamento de outras áreas da capital ou fazer cursos de aperfeiçoamento.

“Nenhuma repercussão”

A Brigada justifica que o número de enviados não é maior do que aqueles que atuaram na Operação Golfinho durante o veraneio. “País, Estado e Porto Alegre estão arrebanhando todas as forças possíveis. Não podemos dar a possibilidade de alguma coisa acontecer errada na Copa por não ter se aparelhado”, enfatiza Medeiros.

Para ele, o envio de policiais do Vale não terá nenhuma repercussão nos municípios do interior. Garante a adoção de todas as medidas compensadoras, para que durante a realização do evento o efetivo continue igual. Como exemplo, cita a interrupção das férias no período. “A cada mês colocamos em férias mais de 30 policiais. Então, na verdade, não teremos falta de ninguém.”

Além disso, aponta a utilização de outras práticas. No caso da falta do POE, a companhia pode mobilizar o efetivo para fazer as mesmas funções. “O impacto na segurança das comunidades, das cidades do interior, vai ser zero.”

Famurs é contra

Reunião emergencial convocada para hoje avalia a transferência dos policiais do Interior para Porto Alegre. As justificativas do Estado e da Brigada Militar de que a troca não afetará os municípios insatisfazem o presidente da Famurs e prefeito de Santo Ângelo, Valdir Andres.

Ele argumenta que a maioria das prefeituras não tem alternativa para suprir a redução do número de policiais, por falta da guarda municipal. Sugere o uso do Exército para a Copa. “Já tem a Operação Golfinho todo o ano. Agora, criam mais uma necessidade que nos surpreende”. Acrescenta que na reunião de hoje definirão sugestões para enviar ao governo.

Líderes regionais repudiam

O envio de policiais à capital contraria o anseio da comunidade regional. Em março, o Comitê Gestor do Centro Antigo de Lajeado encaminhou pedido ao prefeito e secretário de Segurança da cidade para interceder junto ao Estado contra a cedência dos brigadianos.

Para o comandante Medeiros, a comunidade pode ficar tranquila, pois tal medida já estava sendo planejada desde o ano passado. No caso de um incidente de maior proporção, como um assalto a banco, a polícia estará mobilizada como em qualquer época. “Quando esses crimes ocorrem, a repreensão é feita com intensidade máxima. Se isso acontecer durante a Copa, vamos nos comportar como fazemos fora do período.”

Segundo ele, na maior parte dos casos quem fazia a aproximação ou prisão não eram os integrantes do POE. “Não estou diminuindo a importância deles, mas o serviço pode ser suprido com os demais meios que nós dispomos. A nossa capacidade de ação e reação não vai ser alterada.”

Acompanhe
nossas
redes sociais