Estrela – O Grupo de Polícia Ambiental (GPA) encontrou, ontem pela manhã, dois tijolos de maconha escondidos em um acampamento às margens do Rio Taquari. Com 1,3 quilo, a droga está avaliada em R$ 30 mil. Conforme investigação, o material seria revendido para Lajeado. Ninguém foi preso.
De acordo com o comandante do grupo, sargento Dari Scherer, era feito o patrulhamento pelo rio com o intuito de encontrar pescadores irregulares. A clandestinidade neste período, ressalta o brigadiano, aumenta em virtude da celebração da Sexta-Feira Santa.
Às 10h15min, Scherer, acompanhado de outros dois agentes, avistou uma barraca improvisada às margens do Taquari, próxima ao Porto de Estrela (veja mapa). A estrutura era precária e estava escondida em meio à vegetação. Não havia ninguém no local.
Os três desembarcaram e revistaram a instalação. Os tijolos estavam embaixo de um palete, utilizado pelos traficantes como suporte para um colchão. Além disso, foram recolhidas vestimentas. A suspeita do GPA é que os criminosos tenham escondido a droga entre o fim da noite de terça-feira e o início da manhã de ontem, pois as barras estavam secas e havia restos de uma fogueira.
O material foi apreendido e levado até a sede do grupo para pesagem. Uma das barras tinha 674 e a outra 683 gramas. Em seguida, os policiais levaram o conteúdo apreendido até a Delegacia de Polícia de Estrela.
Conforme a polícia, a maconha seria separada em pequenas buchas no acampamento para ser distribuída. Dessa forma, os criminosos, caso fossem flagrados, não seriam autuados por tráfico, mas apenas por porte de entorpecente. A quantidade de droga apreendida pode ser dividida em três mil “buchinhas”, cada uma avaliada em R$ 10.
Um inquérito policial foi aberto para apurar a origem da maconha. Ao que tudo indica, afirma o delegado responsável pelo caso, José Romaci Reis, a droga é oriunda de Lajeado. De acordo com ele, os traficantes atravessam o rio de canoa e depositam os entorpecentes no barranco de Estrela, para despistar a polícia lajeadense. “Até porque, não tem trilha ou qualquer modo de se chegar a esse acampamento sem cruzar o rio.”
Armas são comuns
Trabalhando há 16 anos no GPA, Scherer não lembra de outro caso semelhante. Afirma nunca ter encontrado drogas escondidas em acampamentos, com pescadores ou em abordagens. Por outro lado, diz ser comum recolher armamentos. Muitos deles, utilizados para a caça irregular.
Uma das apreensões mais recentes ocorreu em junho do ano passado, em Forquetinha. O patrulhamento foi avisado, por telefone, que um homem mantinha animais em cativeiro e materiais de caça. Os policiais foram até o local e encontraram 17 gaiolas, uma armadilha para capturar tatu, uma espingarda e munições.
Mas o que mais surpreendeu o policiamento foi a arma encontrada. De acordo com Scherer, o homem havia transformado uma espingarda de pressão em uma de calibre 22. “É permitido comprar esse armamento e fácil de adulterá-lo. Isso nos preocupa.”
O comandante também aponta outra tática utilizada pelos caçadores irregulares. Conforme Scherer, começam a ser apreendidas armas de caça com silenciadores. “Algo muito difícil de se fazer, mas está aparecendo. Fazem até para cartuchos de chumbada.”