Ação ganha adeptos e retrata descaso

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Ação ganha adeptos e retrata descaso

Lixo recolhido diminuiu no Viva o Taquari Vivo, mas resultado está longe do ideal

oktober-2024

Vale do Taquari – A 8a edição do Viva o Taquari se consolida como uma ação capaz de reunir voluntários para limpar o Rio Taquari e as margens. Foram cerca de 500 pessoas reunidas na manhã desse sábado, que recolheram 2,6 mil quilos de lixo nos três municípios: Lajeado, Estrela e Arroio do Meio. Dentre os itens mais encontrados estão roupas e calçados, um acúmulo de 233,6 quilos, seguido de plástico 151,4 quilos. Em Lajeado, o objeto mais inusitado foi um revólver. Assim que foi encontrado, foi recolhido e a polícia chamada.

03De acordo com a bióloga Cátia Gonçalves, uma das coordenadoras do evento, o Viva o Taquari Vivo quer conscientizar a comunidade da importância de preservar o Rio Taquari. “Não queremos só recolher o lixo”, diz. Por isso durante o ano a Parceiros Voluntários (PV), com apoio da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), promove a Mostra Espelho, Como o Rio nos Vê, seminários ambientais, jornada técnica e ainda expõe em frente às prefeituras dos municípios parte do lixo recolhido no dia da ação.

Segundo Gilmara Scapini, coordenadora da PV, a maior parte dos voluntários vem em grupos de empresas. Lajeado reuniu 150 pessoas, Estrela, 250 e Arroio do Meio, 110. Quanto à quantidade de lixo encontrada, os números diminuíram. Em Lajeado e Estrela, recolheu-se 1.670 quilos de lixo, sendo 821, em Lajeado; e 848,8, em Estrela. No ano passado, foram recolhidos 1.950 quilos nas duas cidades.

Voluntários a postos

Para o presidente do Rotary Club de Arroio do Meio, Ricardo Cimirro, 48, a limpeza do rio é um ato de conscientização. O Rotary é o responsável pela ação do evento no município e, segundo Cimirro, continuará o trabalho iniciado na atividade com palestras em escolas, onde apresentarão os resultados da iniciativa, contribuindo para conscientizar das gerações futuras.

Segundo ele, o evento foi bem -aceito pela comunidade, que reuniu 110 voluntários e oito embarcações. No município, foram encontrados 942 quilos de lixo. Cátia justifica o número por essa ser a primeira edição, pela questão ambiental ainda não ter tido enfoque como em Lajeado e Estrela e pelo tipo de material encontrado, como ferros e pneus.

Em Estrela, com um grupo de voluntários da Univale, Nestor Müller, 53, percorreu o rio em seu barco e ajudou a recolher o lixo nas margens. Participante há quatro edições do evento, estava acompanhado do amigo e companheiro de Viva o Taquari Vivo, Gilberto Firnkes, 53, o enteado Lucas, 13, e a filha Maria Clara, 3. A família está engajada na causa ambiental. Em casa, separam o lixo e reutilizam a água. A esposa de Müller, Graziela Fagundes, participou das primeiras edições do evento antes do nascimento das filhas. Ela o aguardava na margem com a filha Maria Cecília, 1, nos braços.

Novidades da edição

Além da participação de Arroio do Meio, neste ano o lixo recolhido em Lajeado foi encaminhado à Cooperativa Cootralto. Nas outras edições, era enviado ao aterro sanitário. O Porto dos Bruder, em Lajeado; o Parque Municipal da Lagoa, em Estrela; e o bairro Navegantes, em Arroio do Meio, foram os pontos para separação, triagem e pesagem.

Nesse espaço, o lixo foi separado pelos biólogos e voluntários de forma superficial. Cada tipo de material foi colocado em bags, pesado e no fim levado para a Cootralto. Ali, ocorre uma separação mais criteriosa, a fim de reciclar o que for possível. Em Arroio do Meio, onde a prefeitura não tem aterro nem coleta seletiva, os resíduos serão enviados a empresas do município que trabalham com resíduos e revende-os.

Em 2013, chamou atenção dos voluntários a grande quantidade de restos de construção encontrada em Lajeado. Comprovou-se que eram sobras de obras domésticas e de pequenas construtoras. Em 2009, os voluntários de Estrela encontraram próximo ao rio cerca de 2,4 mil quilos de resíduos metálicos e pneus de caminhões. Era um ponto de descarte de borracharias, diz Cátia.

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