Lajeado – Ação paliativa da empresa Stacione, para atenuar críticas sobre o novo sistema de estacionamento rotativo na cidade, atingiu o objetivo. A área de cobrança foi reduzida pela metade: passou das 1,3 mil vagas (proporção prevista no contrato) para 600. Assim, os monitores foram concentrados nas principais ruas lajeadenses e conseguiram atender melhor os motoristas.
De acordo com o gerente de operação, Kleber Eccher, 34 monitores estiveram nas ruas nesta terça-feira, um servidor para cada 20 espaços. A redução na área cobrada deve vigorar até a conclusão do sistema de pontos de atendimento para venda de créditos. Mais de 260 lojas devem estar habilitadas. “Acreditamos que isso esteja resolvido na segunda-feira.”
O responsável não especifica quanto foi arrecadado no primeiro dia de rotativo e quais ruas são monitoradas durante a semana de orientação. Se limita a dizer que cerca de seis mil veículos passaram pela área azul na segunda-feira e que o valor arrecadado não é público. “Nossa intenção em nenhum momento foi de cunho arrecadatório, tanto que nenhum aviso de irregularidade ou notificação foram cobradas.”
Em entrevista à Rádio Independente, ontem, o secretário de Governo, Auri Heisser, confirmou a existência de problemas e a necessidade de adequações. “Não imaginávamos que os pontos de venda não estariam disponíveis.”
Para ele, o principal problema foi a falta de qualificação dos monitores. Disse que tiveram dificuldade de orientar os usuários. “Enquanto explicavam, várias pessoas entravam e saíam do sistema. Alguns aproveitavam para fazer escândalo.”
Compra de créditos
A compra de crédito é uma alternativa aos motoristas para evitar monitores. Para se tornar apto, o usuário deve se cadastrar pela internet ou na sede da empresa. Com isso, terá benefícios como colocar saldo para mais de um veículo e receber relatório sobre o uso do estacionamento.
Mas motoristas reclamam do valor descontado. Ao estacionar, é abatido de forma automática saldo como se o veículo estivesse no local por uma hora. Aqueles que pretendem ficar menos tempo precisam comunicar o monitor.
“Toda transição tem percalços, tem adaptações e ajustes”
O gerente de operações da empresa Stacione Rotativo, Kléber Eccher fala sobre os primeiros dias de serviço, as mudanças iniciais e é otimista quanto a evolução do sistema.
(A Hora) Faltou tempo para a empresa se estruturar? O recuo em relação à área cobrada se deve sobretudo a quê? Desde janeiro, o Executivo fala que todo o sistema seria feito de forma segura e completa. Tanto é que levou mais tempo para ser implementado que o previsto inicialmente. Por que não deu certo?
Kléber Eccher: O recuo foi uma estratégia da empresa em acordo com o município, mas apenas para intensificar o esclarecimento da população, permitindo uma maior atenção a todos os usuários, primando pela educação, informação. Tal objetivo será alcançado, pois teremos mais monitores por vagas, e por consequência mais tempo para atender a cada usuário.
A empresa hoje não está tão preocupada com a arrecadação, mas, sim, com prestar a informação a todos usuários do funcionamento do sistema. O tempo foi curto, mas suficiente e não levamos mais tempo que o previsto. O previsto seria em 20 dias da ordem de implantação. Considerando uma semana de chuvas na primeira semana de implantação, e uma considerável dificuldade de contratação inerente a peculiaridades do município, cumprimos o que está previsto, exceto pelos pontos de venda, que nesta semana, mas ainda no prazo inicial previsto, começam a operar em sua grande maioria.
(A Hora) O que a direção da empresa pensa em fazer para atenuar as queixas?
Eccher: Acreditamos que as queixas no dia de hoje (terça) já estão bem serenadas, se comparadas ao dia de ontem (segunda), e estamos nos empenhando no processo de elucidar as dúvidas dos usuários, bem como melhor atender a todos.
(A Hora) Os cobradores falam que faltou treinamento. Outros desistiram no primeiro dia de trabalho. Como a empresa pensa em melhorar a qualificação e garantir mais estabilidade?
Eccher: O treinamento foi dado idêntico a todos. Certamente alguns ficaram com dúvidas, mas nada melhor que esses dias de operação focada nos esclarecimentos para deixar a todos usuários e colaboradores em perfeita sintonia. Quanto à estabilidade, nossa empresa prima pelo bem atender tanto nossos clientes como os seus colaboradores, e estamos receptivos para auxiliá-los em tudo que precisem e esteja a nosso alcance.
(A Hora) Quantos funcionários não compareceram ao trabalho no primeiro dia. De que forma isso prejudicou o serviço? Ainda estão contratando monitores? Qual é o canal de contato?
Eccher: Faltaram cinco monitores. Quanto ao prejuízo, difícil mensurar pois um compêndio de situações, tais como o tempo de atendimento em explicações, alguma adaptação ao equipamento, também corroborou para uma impressão de uma dificuldade maior que a realmente existente. Quanto à contratação, sim, estamos selecionando sempre pessoas que se interessem no trabalho. Todos interessados devem comparecer na sede, na rua Saldanha Marinho, 401.
(A Hora) É quase consenso na comunidade que Lajeado precisa de estacionamento rotativo. O que é importante destacar à comunidade neste momento, de início de um novo sistema?
Eccher: Acreditamos que no dia de ontem (segunda) o objetivo último do estacionamento rotativo já foi alcançado: existiam vagas para estacionar onde habitualmente não eram encontradas. Isso se deve à democratização das vagas, oriundas da necessidade do pagamento. Contudo toda transição tem percalços, tem algumas adaptações e ajustes. Não é diferente nesse processo. Todavia pelo envolvimento que ele exige e causa, a população precisa entender que não era mais uma ou duas semanas sem rotativo que ajudaria. O que ajuda é a prática de usar o estacionamento e da empresa em oferecer os serviços e essa ocorre com esse tempo de ajustes, de aprendizado pela população, de todos os meios e facilidades oferecidas pela empresa. Observe-se que nenhum usuário foi prejudicado, sendo todos os eventuais problemas resolvidos sem prejuízo qualquer ao usuário.
