Teutônia – Márcio Silva Aquino, 34, dirigia um Vectra e teve escoriações leves após cair de uma altura de dez metros. Nesse sábado, por volta de 20h, o condutor perdeu o controle do veículo em uma curva. Em seguida, despencou da ponte sobre o arroio Estrela.
Fabricante de trajes gaúchos em São Leopoldo, ele seguia para vender os produtos em um CTG, no bairro Languiru. Com base nas informações do GPS, chegou à localidade de Linha São Jacó. Segundo Aquino, estava em uma velocidade de 60 quilômetros por hora. Em seguida, freou de maneira brusca. As rodas deslizaram na estrada de chão, o carro capotou e caiu na água.
O arroio tem cerca de 1,5 metro de profundidade e parte do carro ficou submersa. Aquino desmaiou. Quando acordou, percebeu que estava dentro da água. “Bateu um pânico, estava ficando sem ar e não sabia de que lado do carro eu estava.”
O motorista tirou o cinto de segurança e foi para o banco do passageiro. O vidro estava aberto e ele conseguiu sair. “Achei que ia morrer, estava me faltando força.” Na escuridão, nadou para tentar achar a beira do arroio. A profundidade começou a ficar maior e subiu no veículo.
Não há nenhuma casa perto do local do acidente. Gritou por socorro por quase uma hora. “Foi desesperador. Estava tudo escuro e não conseguia ver para onde sair.” Em seguida, percebeu um feixe de luz vindo de um carro sobre a ponte. O motorista ouviu e chamou socorro.
Aquino sofreu escoriações e sente dores pelo impacto da queda de cerca de dez metros. Perdeu roupas e o veículo, um prejuízo de cerca de R$ 20 mil. “Graças a Deus não sofri nada mais grave, não era minha hora”.
Dificuldade no socorro
Integrante do Corpo de Bombeiros Voluntários do município, Fábio Martins de Oliveira, atendeu a ligação sobre o acidente. Como o sinal de celular é ruim na localidade, houve dificuldade na comunicação.
Segundo ele, a informação era sobre o acidente e que o motorista sentia dores no tórax. “Em nenhum momento foi dito que o carro tinha caído no arroio.” Martins foi até o local averiguar a situação. Ele recebeu a solicitação por volta de 21h e demorou cerca de 15 minutos para chegar ao local.
Ao chegar, se assustou. “Me deparei com aquela cena e chamei o Samu e os bombeiros de Estrela.” Enquanto esperava o reforço, desceu até o veículo para imobilizar a vítima. “Tenho um equipamento de resgate em altura, mas como não informaram a correta situação, não levei”, pondera.
Instrutor de rapel, tirolesa e pêndulo, Oliveira tem uma experiência de 12 anos na área. Em seguida, com a chegada do Samu, repassaram a prancha rígida e o colar cervical para retirar o motorista da água. “O local não ajudava muito e foi delicado para trazer para cima”, pontua Martins. Aquino foi levado para o Hospital Ouro Branco, onde foi medicado e liberado.
Agravantes
O local do acidente não tem sinalização indicando a velocidade e a existência da ponte. Segundo tenente da Brigada Militar, Marco Antônio Franck, pelo perigo da estrada, deveria haver mais placas. Ele destaca que a velocidade máxima permitida nesses locais é de 60 quilômetros por hora. “Pelas condições do local, deveria andar a 10 quilômetros por hora”, avalia.
Outro agravante é que a ponte não tem proteção nas bordas. Para ele, os motoristas devem ter atenção redobrada quando não conhecem a rodovia. “Essa curva é perigosa, porque é seguida de uma ponte de madeira, precisa haver atenção.”