HBB vira exclusivo a casos de emergência

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HBB vira exclusivo a casos de emergência

A partir de terça-feira, Pronto-Socorro repassa casos de menor complexidade à UPA

Lajeado – Mudança anunciada no fim do ano passado pela direção do Hospital Bruno Born (HBB) entra em vigor nesta terça-feira. O Setor de Pronto-Socorro passa a atender de forma exclusiva a casos de emergência e repassa demais situações à UPA, no bairro Moinhos.

HBB e governo municipal debatem a proposta há três anos, desde o anúncio da construção da unidade de saúde. Diretor-técnico do hospital, Cláudio Klein, considera a nova sistemática – de separar a emergência da urgência – necessária para qualificar os atendimentos clínicos e evitar riscos de superlotação.

3Segundo o especialista, mais de três mil atendimentos mensais são feitos no PS do Bruno Born. Desses, 70% se classificam como sendo de baixa complexidade e poderiam ser resolvidos na UPA, como em postos de saúde ou nas equipes do ESF. “Vamos nos concentrar apenas naqueles casos muito graves, como acidentes ou infartos.”

Para isso, conta com a colaboração da comunidade e pede que as pessoas se dirijam aos demais centros de saúde quando possível. Se tais instituições perceberem um quadro grave, encaminharão os pacientes diretamente ao HBB. Também ocorrerá uma triagem, exemplifica Klein, através das equipes de atendimento de emergência como Samu, SOS Unimed, bombeiros e outras.

Se, por ventura, enfatiza o especialista, algum paciente for encaminhado ao hospital sem a devida triagem, passará por avaliação médica. Caso a equipe constate a necessidade de atenção imediata, ele será atendido. Do contrário, deverá se dirigir até a UPA.

Equipe do PS

Médicos plantonistas: 27, entre clínicos geral e pediatras.

Funcionários em geral: 37 – 22 técnicos em enfermagem, seis enfermeiros e nove da área de apoio.

Déficit motivou troca

Um dos grandes desafios apontados pela direção do HBB para manter a estrutura sempre foi relacionado aos poucos recursos enviados. Entre médicos, funcionários, contas de luz, água, material para atendimento, e outros encargos, a despesa mensal passa de R$ 480 mil.

Conforme informado pela direção no ano passado, o hospital recebe cerca de R$ 380 mil por mês. Desse valor, R$ 198 mil são repassados pela Secretaria de Saúde de Lajeado. O restante era recebido pelo hospital pelo SUS, Samu e demais municípios conveniados. Envolvem recursos municipais, estaduais e federais.

Assim, o déficit mensal chega a R$ 100 mil, valor compensado com os serviços de alta complexidade oferecidos pela entidade.

UPA absorve demanda

A unidade inaugurou dia 10 de março, com capacidade para atender entre 200 e 300 pacientes por dia. Conforme o secretário da Saúde, Glademir Schwingel, a média diária de atendimentos chega a 150. “A maioria do HBB já migrou pra cá. Vamos conseguir absorver a demanda sem problemas.”

O quadro de funcionários segue incompleto e obras no entorno, como acesso, ainda são executadas. Nos próximos dias, de acordo com Schwingel, será instalado o equipamento de raio-X e contratados os técnicos em radiologia. A segurança também deve ser assumida pelo governo.

O custo mensal para manter a instituição gira em torno de R$ 730 mil por mês, sendo 75% para salários de funcionários e corpo clínico. Num primeiro momento, Estado e União arcam com R$ 520 mil, sobrando R$ 210 mil para a administração de Lajeado.

Como se trata de uma UPA de porte II, ela pode atender a um público de até 200 mil habitantes, 24 horas e sete dias por semana. A UPA conta com 11 leitos de observação para crianças e adultos. Há outros três leitos na “área vermelha” reservados para pacientes em pior estado de saúde. A estrutura conta também com salas de observação da enfermagem; sala de coleta para exames; sala de raio-x; sala para curativos; e necrotério.

A administração municipal estuda formas de incluir mais itinerários que levem até a unidade, mas até o momento apenas linhas de transporte coletivo aos bairros passam pelo local. O edital de licitação do transporte público deve contemplar essa necessidade. Um ponto de táxi também deve ser instalado em frente à unidade.

Atendimento correto evita filas

Especialistas orientam pacientes a procurar a instituição adequada para cada caso

ESF: equipes especializadas do programa Estratégia Saúde da Família visitam as famílias em ações rotineiras. Buscam informar a comunidade sobre a prevenção de doenças, evitando que os pacientes tenham que recorrer a outros serviços.

UBS (posto): deve servir de referência para a região onde reside o paciente. Casos simples, como consultas rotineiras e controle mensal de diabéticos e hipertensos, devem ser encaminhados aos postos. Atua em casos de prevenção.

UPA: concentra atendimentos aos usuários do SUS e portadores de quadros clínicos agudos, de preferência de baixa complexidade. A unidade oferece retaguarda aos postos e ESFs em casos de urgência e também à noite e nos fins de semana.

HBB (pronto-socorro): concentra apenas atendimentos emergenciais (acidente, infarto, trauma) e os pacientes, na maioria das vezes, precisam passar por triagem nos postos, UPA ou por equipes de socorro como Samu, bombeiros e Unimed para receber o atendimento.

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