Estrela – A construção de 250 habitações populares, referentes ao primeiro módulo do programa habitacional da cidade, inicia nos próximos dias. Obra, estimada em quase R$ 15 milhões, levará 18 meses para conclusão. Município finaliza o edital de inscrições para abril.
Nesta semana, a construtora contratada realiza a terraplenagem da área e instalação de alicerces para teste. A compra do terreno de 13 hectares, às margens da Rota do Sol, ocorreu em agosto. Custou R$ 900 mil.
Segundo o secretário do Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação, José Itamar Alves, o próximo passo é a abertura das inscrições. O setor habitacional, que receberá os pedidos, finaliza detalhes do edital.
“Mais de 400 famílias esperam pela casa própria”, reconhece. Pede para interessados adiantarem ou atualizarem o Cadastro Único ou Bolsa Família, presentes entre critérios do programa. A aprovação final dos financiamentos passará pela Caixa Econômica Federal.
O segundo módulo do projeto, prevendo mais 129 casas, terá a mesma seleção. A assinatura do contrato de construção ocorre em até seis meses. Com a entrega de 379 habitações populares nos próximos dois anos, Alves pretende zerar o déficit habitacional atual de pessoas com renda de até dois salários mínimos na cidade. Ao todo, a obra receberá R$ 25 milhões em investimentos.
“Não tenho mais saúde para aguentar enchentes”
Moradora do Loteamento Marmitt, no bairro Moinhos, Maria Santos da Cruz, 52, tem como principal renda o Bolsa Família. O marido, autônomo, trabalha como servente. Na casa de madeira com dois pisos, moram nove pessoas. A renda não é fixa, mas em épocas com muito serviço conseguem até R$ 1,5 mil.
Basta três dias de chuva para que o térreo encha de água. “É uma tristeza. Precisamos de um lugar melhor para viver.” Maria comemora a possibilidade de ingressar no programa e financiar uma casa. “Não tenho mais saúde para aguentar enchentes.”
Critérios de escolha
Entre os requisitos para participar da seleção, a família deve morar há, no mínimo, cinco anos em Estrela, não ter usado o FGTS para comprar uma casa pelo Minha Casa Minha Vida. Também é vedada a participação de pessoas que estejam em débito com a CEF ou com o município.
Os beneficiados terão prestações mensais máximas de R$ 80, em parcelas estipuladas para até dez anos de pagamento. Terão acesso ao financiamento do Minha Casa Minha Vida, famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1,6 mil). Deficientes físicos, viúvas e moradores de áreas de risco têm preferência.
Cada unidade será comprada pela CEF por R$ 59 mil. A infraestrutura de tubulação pluvial, calçamento, ligações de água e luz, além da instalação de fossas, filtro e sumidouro, é de responsabilidade da loteadora.
Construídas de formas geminadas, de duas em duas, as casas terão sala, cozinha, banheiro, dois quartos e área de serviço coberta. Com área de 46,8 metros quadrados, cada morador receberá um projeto de ampliação com 14 metros quadrados.
Entre as novidades, haverá sistema de aquecimento solar para o chuveiro e espaço para estacionamento no terreno. Em frente às casas, haverá calçada de 50 centímetros. Os lotes receberão plantio de grama e a rua principal asfalto.
Demais cidades na espera
Pela região, pelo menos mais 450 famílias aguardam pelo sonho da casa própria. Em Encantado, a construção de 44 habitações no Vale dos Pinheiros está atrasada há quase quatro anos. Problemas com a construtora inicial ocasionaram a troca de empresa. Até então, cerca de 90% das unidades foram erguidas. A previsão de entrega das dez primeiras, prevista para dezembro passado, segue sem definição. Assinatura dos contratos ocorreu ainda em 2013.
Em Lajeado, o município assinou convênio com a União há três meses, garantindo investimento de R$ 27 milhões para construção de 448 apartamentos. A área das moradias se localiza na rua Arnoldo Uhry, divisa dos bairros Jardim do Cedro e Santo Antônio.
A entrega mais recente ocorreu em Teutônia, em julho do ano passado. Foram 128 famílias beneficiadas, com casas de 43 metros quadrados. As parcelas variam entre R$ 50 e R$ 160.
