Vale do Taquari – Nove municípios recepcionam hoje médicos encaminhados ao Vale por meio do Programa Mais Médicos, implantado pelo governo federal. Cada cidade foi contemplada com um profissional cubano. Os médicos estão no Estado desde a semana passada para receber informações sobre o sistema de trabalho local.
A unidade de Estratégia de Saúde da Família do bairro Jardim do Cedro, em Lajeado, terá atendimento com o profissional encaminhado à cidade. O Executivo custeia a estadia do médico, que será instalado de forma provisória em um aparthotel. Após, o município procura residência fixa. O salário, cerca de R$ 10 mil, é pago pelo Ministério da Saúde.
Segundo o secretário de Saúde, Glademir Schwingel, a secretaria requisitou mais sete médicos. Em abril deve receber novos profissionais, mas não há precisão do número a ser destinado.
A II Semana Estadual de Acolhimento, em Porto Alegre, encerra hoje. No evento, o governo estadual apresenta políticas públicas de saúde e tenta integrar os novos profissionais com gestores da saúde dos municípios contemplados. Conforme a secretária estadual de Saúde, Sandra Fagundes, o trabalho desses médicos auxiliam na qualificação do SUS. “Irão para áreas onde a população depende quase 100% do sistema público de saúde.”
Ao todo, 144 profissionais integram o terceiro ciclo do programa e atuarão em 121 municípios do interior do Estado. A equipe do Departamento de Ações em Saúde (DAS) da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e demais comitivas gaúchas ligadas à área da saúde receberam os médicos. Desde janeiro, total de 589 profissionais chegaram ao Estado pelo programa.
Municípios comemoram
Muçum. O município Saguarda a chegada do profissional. De acordo com o secretário de Saúde, Leonardo Bastiani, o tempo de permanência do médico no local – um ano –, possibilita implantar atendimento planejado. Uma das metas da secretaria prevê redução no consumo de medicamentos, a fim de prevenir intoxicações.
Arroio do Meio. Uma médica cubana trabalha há quatro meses na saúde da família, no posto do bairro Bela Vista. Maria do Carmo Rodil Castilho, 52, desembarcou no país em novembro passado. Em dezembro começou a atuar no Vale.
A condição da saúde no Sul a surpreendeu. Ao contrário do imaginado, indagou-se sobre a necessidade de seu serviço. Pensou encontrar na região situações precárias e escassez de médicos.
Como funciona o programa
Conforme previsto em lei, os médicos selecionados atuam no programa durante três anos. Os profissionais formados no exterior terão registro profissional emitido pelo Ministério da Saúde, que lhes permite trabalhar somente na atenção básica das cidades nas quais forem designados. Terão acompanhamento de tutores e supervisores. Todos os profissionais se especializam em Atenção Básica, oferecida pela Universidade Aberta do SUS (Una-SUS), com educação a distância.
Comunidade clama por atendimento
Com dores nas costas devido a hérnia de disco, a dona de casa Loreni Milani reclama da falta de médicos no posto de saúde do bairro Jardim do Cedro, em Lajeado. Segundo ela, há mais de uma semana os pacientes não tem um clínico geral.
“A gente vem em busca de uma consulta e não consegue.” Para ela, o serviço oferecido pelo município na área de saúde precisa de melhorias. Cita como exemplo as dificuldades para conseguir atendimento especializado em ortopedia. “Estou na lista de espera por um atendimento em Porto Alegre. Agora quando vou conseguir, não tenho ideia.”