Cpers deverá anunciar greve no dia 14

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Cpers deverá anunciar greve no dia 14

Após reunião de ontem, educadores seguem para assembleia geral na capital

Vale do Taquari – O Cpers discutiu ontem em encontro regional propostas à assembleia geral, prevista para 14 de março, em Porto Alegre. A reunião ocorreu no auditório da Escola Estadual Castelo Branco. Dos mais de 2,5 mil professores e funcionários de educação associados ao 8º núcleo, 20 participaram. Não há definição quanto à adesão à greve estadual.

01Depois de um ano de protestos pelo piso salarial do magistério, o sindicato mantém o posicionamento e realiza novas assembleias. Em janeiro, a partir do congresso com a CNT, ficou definida a paralisação nacional de 17 a 19 de março.

Parte dos professores pede um período mais longo de mobilização. A presidente do Cpers e coordenadora da CUT, Rejane de Oliveira, não descarta a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. “Teremos um posicionamento final apenas no dia 14”, diz.

Até terça-feira ocorrerão assembleias regionais nos demais núcleos do Estado, com convocação à assembleia geral. Uma audiência com o governador Tarso Genro está marcada para segunda-feira, podendo influenciar na decisão.

Como principal reivindicação, se mantém o pagamento do piso salarial prometido. Para 2014, pedem a modificação na contagem de horas-atividades. A assessoria jurídica da entidade ingressou na Justiça para exigir cumprimento da mudança. O governo recorreu e a entidade entrou com recurso na sexta-feira.

Contradições

A coordenadora da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Marisa Bastos, cita o cumprimento de diversas exigências feitas pelo Cpers. Ressalta o reajuste salarial de 76,68%, regularização dos descontos de greve em 2008 e 2009, criação de novos cargos e manutenção do plano de carreira.

Sobre as horas-atividade, cita autonomia às escolas para decidir quantos minutos compõem um período. Conforme ela, por hora relógio se estabelece um padrão. Porém professores se dizem pressionados pelo Estado a não cumprir as 13 horas de interação com alunos e sete horas de hora-atividade.

A diretora regional do Cpers, Luzia Hermann, cita a posição da CRE como uma forma de cortar gastos com pessoal. Docentes relatam a falta de estrutura nas escolas para atividades voltadas aos professores e excesso de trabalho em hora extra, como correção de provas e trabalhos.

Professor aposentado, Pedro Squarcieri, 67, atuou por 34 anos em escolas estaduais. Nesse período cita poucas mudanças na carreira. “Há muitas promessas e quase nenhum retorno.” Enfatiza a desvalorização do educador, afetando o ensino dos alunos e educação como um todo.

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