Obra é liberada em frações e com incertezas

Você

Obra é liberada em frações e com incertezas

A liberação de 7,4 quilômetros da duplicação da BR-386, ontem, não atende ao desejo regional. Obra iniciada em 2010 sequer começou em 2 km

Dnit e Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberaram, às 15h15min de ontem, trecho duplicado de 7,4 quilômetros da BR-386 para o trânsito de veículos. A nova pista compreende desde as proximidades com a laticínios Bom Gosto – onde há um desvio – até a antiga praça de pedágio de Fazenda Vilanova.

01Prevista para as 13h30min, a liberação atrasou devido à necessidade de ajustes em placas de sinalização, acessos e retornos. Por quase meia hora, policiais bloquearam o tráfego no sentido interior/capital para evitar a circulação de veículos na contramão. A medida provocou engarrafamento em sete quilômetros, que se dispersou no percurso duplicado.

Apesar dos ajustes de última hora, faltam adequações. Lista com exigências foi repassada pelo policiamento ao consórcio responsável pela obra. Conforme estimativa do chefe da 4ª delegacia da PRF, Leandro Wachholz, as melhorias devem estar concluídas para o feriadão de Carnaval, neste fim de semana.

Engenheiro da autarquia federal, Hiratan Pinheiro da Silva, confirma a necessidade de ajustes. De acordo com ele, o serviço será concluído nos próximos dias. Informa que a antiga pista simples (hoje sentido capital/interior) também passará por readequações dentro de três meses.

Nova liberação está prevista para 12 de março. Na próxima semana, policiais rodoviários se reúnem com integrantes do Dnit para analisar as condições dos 13 quilômetros parcialmente concluídos entre o antigo pedágio de Fazenda Vilanova e o viaduto de Tabaí.

Outros nove quilômetros, de Estrela a Bom Retiro do Sul, devem estar prontos para o tráfego em maio. Contudo, o percurso requer diversos serviços. Alguns pontos estão pavimentados. Em outros, o consórcio sequer iniciou a terraplenagem.

Em dois, dos 33,8 quilômetros previstos a serem duplicados, inexiste perspectiva sobre conclusão. Atraso na construção de uma nova aldeia para as famílias caigangues instaladas às margens da rodovia federal motiva a situação. A Funai, responsável pelo embargo, condiciona a liberação ao término da vila indígena, previsto para 2015.

Preocupados com o risco de a duplicação não terminar por completo, pois o consórcio anuncia que deixará o local após terminar os 31,8 quilômetros em maio, empresários e entidades programam mobilização para dia 15 de março. No dia, será feita manifestação com o intuito de chamar a atenção da Funai para a importância da obra.

Precaução para evitar acidentes

A polícia alerta para a necessidade de atenção por parte dos motoristas. De acordo com Wachholz, embora o segmento tenha sido liberado, a rodovia permanece em obras. A condição exige cuidados redobrados.

Maior preocupação é quanto aos pontos de estreitamento, onde a pista dupla volta a ficar simples. Minutos depois da liberação, condutores enfrentaram dificuldades nesses pontos. Em alguns casos, quase houve acidente.

A proximidade com a antiga praça de pedágio representa o maior perigo. Conforme o policial, há uma ladeira nesse trecho e caminhoneiros aumentam a velocidade. Condutores de outros veículos, por sua vez, aceleram para ultrapassar os caminhões, mas se defrontam com o fim da pista dupla e precisam frear, em algumas situações, de forma brusca.

Motoristas cobram agilidade

Caminhoneiro Valcir Amaral Siqueira, 48, morador de Canoas, trafega pelo menos três vezes por semana pelo percurso em obras. De acordo com o profissional, a duplicação proporcionará melhores condições de desenvolvimento da região, mas precisa ser concluída o quanto antes.

Cobra agilidade por parte do consórcio responsável em finalizar os demais pontos. “Trancam em lugares onde inexiste desculpa.”

Opinião semelhante tem o motorista Édson da Fontoura Campos, 45. Ele teme que o trecho interditado devido à realocação da aldeia fique sem duplicação. Campos também manifesta preocupação quanto ao risco de acidentes. “A parte liberada não está perfeita e nos demais pontos é canteiro de obras. Mesmo assim, alguns andam em excesso e colocam os outros em risco.”

Vendedor de frutas, Eugênio Rodrigues, 68, elogia a qualidade do serviço e amplitude do projeto. Para ele, a segurança das famílias lindeiras à rodovia, em Fazenda Vilanova, está maior agora. Cita as estradas laterais, de duas pistas, como grande benefício à comunidade local.

Acompanhe
nossas
redes sociais