Cpers discute greve na volta às aulas

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Cpers discute greve na volta às aulas

Cerca de 24 mil alunos retornaram ontem para as 90 escolas estaduais do Vale

Vale do Taquari – Aulas das escolas estaduais iniciaram ontem, 24, e o Cpers/Sindicato cogita possibilidade de paralisação. Após ano de protestos pelo piso salarial do magistério, o sindicato mantém o posicionamento e convoca professores para assembleias. Modificação na contagem de horas atividades integra as reivindicações da categoria em 2014.

02O auditório da Escola Estadual Castelo Branco sedia reunião regional dos educadores, no próximo dia 5, às 13h30min. Definições serão apresentadas à assembleia geral, em Porto Alegre, prevista para o dia 14 de março, no Gigantinho. Durante o encontro estadual, a classe decidirá se haverá paralisação dos docentes. Conforme a diretora regional do Cpers, Luzia Herrmann, cada núcleo compartilha sugestões, e com base nos apontamentos será decretada greve. “Debateremos a possibilidade.”

Luzia conta que a assessoria jurídica do sindicato ingressou na Justiça para exigir cumprimento das horas atividades com contagem por períodos. A Justiça determinou o modelo hora relógio para contagem das atividades. A assessoria jurídica do Cpers pensa em entrar com recurso.

Em relação às manifestações contra o ensino politécnico, liderada por estudantes no ano passado, o Cpers continua a apoiar a iniciativa. Segundo a diretora regional, alunos das 3ª séries do Ensino Médio teriam seminários em 75% das horas de estudo. Ela afirma resultados provenientes do protesto. “Politécnico é uma farsa, mas conseguimos reduzir a carga horária dos seminários, só não sabemos para quanto.”

CRE rebate críticas

A coordenadora da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Marisa Bastos, conta cumprir uma lista de pedidos encaminhada pelo Cpers. Dentre as 18 melhorias proporcionadas ao magistério, ressalta o reajuste salarial de 76,68%, regularização dos descontos de greve em 2008 e 2009, criação de novos cargos, manutenção do plano de carreira e paridade entre funcionários ativos e inativos.

Sobre as horas atividade, se diz surpresa ao conhecer a reivindicação. Explica que cada escola tem autonomia para decidir quantos minutos compõem um período. Conforme ela, por hora relógio se estabelece um padrão. Sem isso, alguns professores trabalhariam mais e outros menos. “É difícil dialogar com o Cpers.”

O ensino politécnico tende a se consolidar neste ano. Os três anos do Ensino Médio precisam ter o novo sistema, com no mínimo três períodos semanais de seminários. Escolas com número de horas superior ao exigido pela CRE mantêm a carga horária por opção.

Em relação aos protestos do ano passado, contra o modelo, Marisa afirma ter recebido ofício dos estudantes com as reivindicações. Com o documento em mãos, diz ter esclarecido os apontamentos com os alunos.

Investimentos no Politécnico

A 3ª CRE anunciou recebimento de recursos entre R$ 20 mil e R$ 100 mil a todas escolas com Ensino Médio politécnico da região. O recurso permite compra de equipamentos necessários ao ensino – instrumentos musicais, quadros negros –, além de promoção de viagens educativas as 32 instituições contempladas. O colégio Estadual Presidente Castelo Branco recebeu valor máximo.

Novidades para 2014

Mais de 24 mil alunos voltaram as 90 escolas estaduais do Vale ontem. Quinze novos professores nomeados na última sexta-feira atuam em instituições com mais necessidade de profissionais.

Em 2013, 34 reformas foram concluídas e outras 18 estão em andamento, com previsão de entrega para este ano.

A implantação do turno integral está em estudo. Até o momento, apenas uma escola de Taquari atende alunos nos dois turnos.

2013 de tumultos

Por duas vezes professores e alunos da rede estadual se manifestaram contra o Estado, no ano passado. Em abril, mais de 500 pessoas participaram de ato público nas principais ruas de Lajeado – Júlio de Castilhos e Senador Alberto Pasqualini. Além de reivindicações sobre pagamento do piso salarial do magistério e fim do ensino politécnico, pediram destinação de mais recursos para a educação pública.

Em agosto, alunos insatisfeitos com o politécnico voltaram a tomar as ruas do município. Estudantes de duas escolas – Presidente Castelo Branco e Érico Veríssimo – se ausentaram das aulas como forma de protesto. Eles pediram pelo fim do sistema, implantado pelo governo do Estado em 2012.

O Cpers incentivou a posição dos alunos e o término do politécnico. Conforme os contrários na época, professores estavam despreparados para lecionar com novo modelo, e as instituições de ensino careciam de infraestrutura. Os estudantes afirmaram que com o aumento da carga horária dos seminários inexistiria tempo para estudar conteúdos cobrados nos vestibulares.

A 3ª CRE informou impossibilidade de término do politécnico, porém reconheceu necessidades de readequações e prometeu melhorias. No auditório do colégio Presidente Castelo Branco, a coordenadora tentou diálogo com os estudantes. Em meio a vaias, deixou o local. No mesmo dia, 300 alunos das duas escolas se manifestaram no centro da cidade.

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