Polícia investiga disparos contra cidadão

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Polícia investiga disparos contra cidadão

Homem que levou 4 tiros ao ser confundido com ladrão, sábado, se recupera no HBB

Lajeado – Cirurgiões do Hospital Bruno Born (HBB) retiraram, neste fim de semana, três dos quatro projéteis disparados por um policial militar contra Fábio Johnes Cardoso, 26. A vítima foi baleada, no sábado, depois de ser confundida pelo brigadiano com o homem que tentava assaltar a Lotérica Florestal. O evento motivou a abertura de inquérito por parte do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO).

02O fato aconteceu às 16h49min, 11 minutos antes de a lotérica encerrar o expediente para o fim de semana. O saguão estava repleto de clientes quando Arnaldo Domingos de Souza, 29, morador do Montanha, anunciou o assalto. Portando um revólver calibre 38, o criminoso não conseguiu acesso aos guichês de atendimento devido ao sistema de segurança. Então, se voltou contra as pessoas que estavam na fila.

Depois de recolher objetos pessoais dos presentes, Souza correu para fora do estabelecimento, mas retornou ao perceber a aproximação de uma viatura da Brigada Militar (BM). Com a intenção de escapar dos brigadianos, jogou o revólver no chão e se deitou com as mãos sobre a cabeça, fingindo estar entre as vítimas.

Cardoso aproveitou a oportunidade para tentar render o assaltante. Pegou a arma e apontou para Souza. Mas foi surpreendido com a chegada instantânea dos policiais. Há duas versões sobre a continuidade dos fatos. Na primeira, os brigadianos teriam avisado Cardoso para soltar o revólver e se entregar – pensando que se tratasse do assaltante.

Como ele permaneceu com a arma empunhada e se virou para tentar explicar a situação aos brigadianos, acabou provocando reação por parte dos policiais, que dispararam. Na outra versão, os militares adentraram na lotérica atirando, sem chance de defesa para Cardoso.

O assaltante, ex-presidiário por cumprir pena por roubo, estava solto há cerca de oito meses. Ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia, autuado pelo mesmo crime e recolhido ao presídio estadual da cidade.

Resultado em 40 dias

De acordo com o tenente-coronel Álvaro de Medeiros, sempre que ocorre lesão a uma pessoa em decorrência de ação policial, é aberto um inquérito. Com a investigação, o CRPO pretende verificar quais as circunstâncias que levaram o policial a disparar contra Cardoso, como se ele agiu em legítima defesa.

A investigação deve ser concluída até o fim de março, cumprindo prazo legal de 40 dias. Conforme treinamento militar, quando alguém está segurando uma arma e não oferece risco ao policial, é preciso conversar antes de qualquer ação com a pessoa. No momento em que a arma é apontada ao brigadiano, isso o autoriza a atirar, pois ele passa a correr risco de morrer.

Em recuperação

Conforme a assessoria de imprensa do HBB, Cardoso levou quatro tiros: no fêmur direito, nas costas, no abdome e outro na nádega. Desses, apenas o acoplado na costas não foi retirado pela equipe médica.

Até o fechamento desta edição (21h de ontem), a vítima permanecia em observação em quarto normal, sem previsão de receber alta hospitalar. A entidade informou que Cardoso seguia bem, lúcido e conversando.

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