Executivo propõe quiosque na ERS-130

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Executivo propõe quiosque na ERS-130

Estrutura ficaria próxima à aldeia indígena no bairro Floresta. Custos não foram divulgados

oktober-2024

Lajeado – A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) foi avisada da nova proposta da administração municipal, que pretende construir o quiosque para venda de artesanato indígena próximo à ERS-130. O local fica ao lado da aldeia Foxá, na faixa de domínio da rodovia, próximo a Arena Alvi-Azul. A Secretaria de Planejamento (Seplan) já iniciou um pré-projeto.

04Em setembro do ano passado, índios invadiram o acostamento de outro trecho da mesma rodovia, no bairro Montanha. Lá, construíram um quiosque improvisado para venda de balaios e outros artesanatos. Cobram uma garantia da gestão municipal anterior, que teria prometido uma edificação para o comércio.

Inexiste qualquer documento que obrigue a administração municipal a atender as reivindicações da tribo caingangue. O suposto acordo teria sido feito após os indígenas deixarem, em outubro de 2007, a faixa de domínio da ERS-130. Eles viviam em um acampamento próximo ao Presídio Estadual, no bairro Florestal, em frente ao local onde construíram o atual quiosque improvisado.

Naquela época, o Governo Municipal doou oito casas de madeira e mais um terreno na divisa dos bairros Santo Antônio e Jardim do Cedro, também próximo às margens da ERS-130. Conforme os indígenas, a construção de um quiosque para comercializar os artesanatos era uma das exigências feitas por eles para aceitar a realocação da tribo.

Mesmo sem responsabilidade sobre o comércio dos índios caingangues – cuja maioria provém de Nonoai -, o Executivo se esforça para resolver o impasse. A primeira sugestão era utilizar parte do terreno destinado para a Feira do Produtor, na rua Santos Filho. No entanto, projetos para piscicultura e resistência de agricultores que utilizam o local inviabilizaram a ideia.

Parque dos Dick é descartado

Em janeiro passado, a administração chegou a garantir a adaptação de uma parada de ônibus no Parque dos Dick para construção do quiosque. Mas, o local é considerado área alagável. Conforme determinação do Ministério Público (MP), é proibido edificar naquele local.

Os indígenas também foram contrários a proposta de utilizar a área próxima ao Parque dos Dick. “O local é muito perigoso. Há problemas de drogas e prostituição. Vão contaminar a tribo”, avisa o vice-cacique, Gregório Antunes da Silva. Ele teme que crianças sofram assédio de traficantes.

Outra proposta que foi cogitada era a utilização do pátio da Policia Civil, também na rua Santos Filho. No entanto, como o tramite dependeria de aprovação do Governo Estadual, o Executivo desistiu da ideia.

“Queremos ficar na rodovia”

Os índios cobram uma estrutura com cozinha, luz, água e até quarto individual para guardar os produtos artesanais. Segundo o vice-cacique, a intenção da tribo é permanecer comercializando próxima à rodovia. “Ou ficamos aqui onde estamos (bairro Montanha), ou queremos o quiosque ao lado da aldeia. As vendas estão boas.”

De acordo com a secretária da Seplan, Marta Peixoto, um pré-projeto sem custo estimado já foi iniciado. No entanto, salienta que tudo depende de aprovação da EGR. Na semana passada, durante reunião com a estatal, o pedido foi encaminhado. Além do quiosque, há projeção de novas placas de sinalização e acessos para a tribo.

“Precisamos garantir a segurança deles. O projeto prevê até construção de um pequeno estacionamento para que a venda não ocorra na beira da estrada”, observa. A Secretaria de Meio Ambiente fará inspeção do local, para evitar desmatamentos desnecessários. Questionada sobre a nova proposta, a EGR ainda não se pronunciou.

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