Estado – Ao contrário de outros estados, o Rio Grande do Sul permanece com obrigatoriedade de aulas com o simulador de direção veicular por estar adequado à exigência. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) fixou prazo até 30 de junho para os Centros de Formação de Condutores (CFCs) sem o equipamento se adaptarem ao sistema.
O aparelho integra o novo currículo para formação de candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), categoria B. O Contran definiu a medida em reunião mensal do conselho, realizada nessa terça-feira, 11. Ontem o comunicado foi publicado no Diário Oficial da União.
A resolução 444/13, que torna obrigatório o uso do simulador, continua em vigência desde janeiro deste ano e está adotada em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Acre. Houve prorrogação da resolução em 30 de junho de 2013 para permitir credenciamento de novas empresas fabricantes de simuladores. Até o momento, quatro estão homologadas no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Os conselheiros concederam novo prazo às autoescolas após apreciar relatório das visitas técnicas realizadas pelo Denatran aos estados. Conforme técnicos, é preciso adequar as normas para atender peculiaridades regionais, disponibilidade de internet, criação de unidades itinerantes ou móveis e de centros de simuladores compartilhados pelos CFCs.
O Denatran realiza visitas técnicas aos estados para avaliar problemas regionais e encaminhá-los ao Contran, a fim de tomar providências para evitar prejuízo ao usuário.
O Rio Grande do Sul é pioneiro na implantação da nova estrutura curricular e também o mais avançado. O Detran/RS está com o sistema desenvolvido pela Procergs em funcionamento desde 1º de janeiro. Cerca de duas mil aulas foram realizadas dentro do novo sistema.
Simuladores no RS
Nove CFCs da região se preparam para oferecer simuladores aos alunos. Cada aparelho custa entre R$ 38 mil e R$ 47 mil, e a manutenção mensal do software equivale a R$ 1,5 mil.
Lajeado. O diretor de um CFC, Vitor Machri, informa que há um equipamento em uso desde a última sexta-feira, 7. O próximo deve chegar em 45 dias. Sobre a alteração no prazo de implantação dos aparelhos, aguardou informações e orientações oficiais do Detran.
Além das 20 horas práticas, alunos cumprem outras cinco aulas com o simulador, com meia hora de duração cada. Ele recria 26 situações de trânsito -– dirigir na chuva, fazer curvas fechadas e dirigir alcoolizado. O equipamento imita um carro, conectado a um computador. O procedimento é supervisionado pelo professor e monitorado por meio de câmeras de vídeo pelo Detran. Um relatório será emitido após cada encontro.
O equipamento possui pedais, freios, embreagem, câmbio para marchas, direção e pisca. Conforme nota publicada no site do Detran, o órgão manifestou-se a favor da continuidade de instalação dos aparelhos, bem como o uso. Dados do Denatran apontam 47 simuladores instalados no Estado e outros 800 programados para ser entregues em um mês.
Entenda o equipamento
A proposta de implantar sistema de simulação nos CFCs surgiu em 2008, como opção para tentar diminuir o número de acidentes de trânsito com morte no país. A partir de 2010, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou protótipos, desenvolvidos pela Fundação Certi.
– O simulador deverá servir como um equipamento complementar, não substituto das aulas práticas. São cinco aulas de 30 minutos.
O aluno estará exposto a situações de risco. O uso do aparelho deve beneficiar pessoas traumatizadas, que podem treinar em ambiente virtual antes de sair às ruas. Estudos do National Center Injury, instituto ligado ao governo dos Estados Unidos, comprovam redução de até 50% no número de mortes nos primeiros dois anos, em decorrência do uso do simulador.
