Lajeado – A Vigilância Ambiental encontrou nove focos da dengue no município em dez meses. Os dois mais recentes estavam dentro da área de delimitação dos pontos detectados antes, no bairro Olarias.
Das amostras com resultado positivo, sete larvas coletadas no dia 3 estavam no bairro Florestal. No dia 6, larvas foram encontradas no bairro Montanha e outra vez no Florestal, em uma borracharia.
Em janeiro, o problema estava no bairro Olarias. Em 2013, no Montanha, Americano, Santo Antônio, Jardim do Cedro e Bom Pastor.
Calor e chuva são condições propícias para a reprodução do mosquito. O ciclo se torna mais rápido, de sete para cinco dias. No inverno baixa a população e em setembro retorna o ciclo com mais força.
O biólogo da Secretaria de Saúde, Fernando Diel, esclarece que quando a larva do Aedes aegypti é encontrada, delimita-se uma área de foco num raio de 300 metros. Nesse espaço todas as residências e estabelecimentos comerciais são visitados pelos agentes epidemiológicos.
Eles coletam mais larvas e orientam a comunidade sobre a prevenção. “Se virar o recipiente com água parada, a larva morre. Ela só se cria na água”, informa o agente Beno Binsfeld.
A análise das larvas é feita em Lajeado. Desde segunda-feira, quando o resultado positivo chegou do laboratório, a equipe da vigilância realiza o roteiro de monitoramento. Observa recipientes com água parada e capta uma amostra onde vê larvas. Os exemplares são analisados para verificar se há novos focos.
O município informou à Secretaria Estadual de Saúde sobre o problema. “Nove focos em menos de um ano é muito. E estamos encontrando um número maior de larvas”, aponta Diel. Agora, o Estado decide se decreta bairro ou município com infestação.
A assessoria de comunicação da secretaria estadual informa que o combate ocorre quando há casos de dengue. O controle do mosquito é realizado com a prevenção.
Lixo acumulado
Ontem, Jorge Simm, 63, recebeu o agente Binsfeld em sua casa, na av. dos Quinze. Ele recolhe e vende material para reciclagem há 12 anos. Mora atrás de uma montanha de lixo e mato. No pátio, a água parada se acumula em pneus, tonéis e baldes. Ele afirma que o acúmulo ocorreu pela chuva do dia anterior. “Eu tampo e reservo para as galinhas beberem.”
Simm garante que realiza a limpeza do terreno a cada dez dias. Binsfeld diz que a sujeira do local aumenta toda a semana porque outras pessoas deixam seu lixo lá. Sempre que inspeciona o terreno, encontra larvas de pernilongo.
Casos de dengue
A Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde de Porto Alegre confirmou o primeiro caso autóctone de dengue (contraído dentro do próprio território) neste ano.
Em 2013, o Estado registrou 2.383 notificações de dengue e confirmou 424, sendo 195 importados e 229 autóctones.
Até a semana epidemiológica 06/2014 (29/12/2013 a 08/02/2014) foram notificados 150 casos suspeitos de dengue e confirmados cinco (Gravataí, Porto Alegre e Erechim), sendo quatro importados e um autóctone.
informações
O Aedes aegypti se infecta com o vírus da dengue ao picar uma pessoa com a doença, e passa a transmitir o vírus.
A dengue se manifesta da seguinte forma:
– 99% das pessoas têm febre por sete dias com início abrupto.
– 60% têm dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e músculos.
– 50% têm dor atrás dos olhos;
– 50% têm indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos.
– 25% têm manchas vermelhas no tórax e braços.
