Dez mil pedem absolvição de ex-prefeito

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Dez mil pedem absolvição de ex-prefeito

Abaixo-assinado, com adesão de 38% do povo, será anexado ao processo no TSE

Taquari – Mobilização comunitária pede ao Judiciário o retorno do ex-prefeito Emanuel Hassen de Jesus, o Maneco, e do vice, André Barcellos Brito, à prefeitura. Ambos foram afastados nessa terça-feira por compra de votos, após determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Contrários ao processo, aberto em 2013, moradores fizeram abaixo-assinado. Em três semanas, dez mil aderiram.

01As listas percorrem bairros da cidade desde o começo de janeiro e devem ser anexadas ao processo judicial, em Brasília, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A manifestação iniciou em uma roda de amigos, a qual a professora aposentada Alda Olsen Hemmann, 80, foi incumbida de promover. “Quisemos fazer algo para mostrar a nossa satisfação com o governo. É um grande prefeito e deve ser absolvido”, enfatiza a organizadora.

Apenas documentos manuais são aceitos pelo grupo. De acordo com Alda, muitas pessoas se comoveram com a situação do ex-prefeito e decidiram apoiar o manifesto. Colaboradores foram à moradia da aposentada pegar cópias e passaram pela cidade buscando assinaturas. Todos, segundo ela, são moradores de Taquari.

A junção das listas foi entregue ontem à noite ao ex-prefeito. Embora tenha ineficácia jurídica, a proposta, acreditam os organizadores, é uma forma de mostrar aos desembargadores o apelo para a permanência de Maneco. “Inexiste cunho político. Queremos expressar a vontade popular.”

O número de adesões ao manifesto supera o resultado obtido pelos políticos nas urnas. Maneco e Brito se elegeram com 8.562 votos, um total de 49,5% dos eleitores. O segundo colocado foi Cláudio Laurindo dos Reis Martins, que, ao lado de Clovis Schenk Bavaresco, recebeu 7.780 votos (44,98%). Na terceira linha, Valdir Trindade da Silva e Wilson Ricardo da Rosa Cardoso tiveram 955 votos (5,52%).

Vereador governa cidade

Desembargadores do TRE negaram, nessa segunda-feira, embargos de declaração pedidos pela defesa de Maneco. O Cartório Eleitoral da cidade foi notificado a pedir a saída dos gestores do cargo e proclamar, um dia depois, o presidente do Legislativo, Ramon Kern de Jesus (PSD), como prefeito temporário.

O vereador permanece no comando do Executivo até as novas eleições ou se o TSE absolver os políticos. Data para o novo pleito segue indefinida, contudo, se espera para a primeira semana de fevereiro a publicação de resolução que delimite a eleição.

Mais prefeitos respondem à Justiça

Canudos do Vale – Ex-prefeito Cléo Lemes da Silva, ex-secretário da Saúde Roberto Jandir Feil e a mulher, Arlete Feil, foram condenados esta semana, em primeira instância, por fraude na emissão de cartões do SUS. A irregularidade teria ocorrido entre fevereiro e maio de 2012 – período próximo às eleições municipais.

Pela sentença, Lemes e Feil foram condenados a dois anos e meio à reclusão em regime aberto, substituída por um ano, cinco meses e 15 dias de prestação de serviços à comunidade, além de multas. Arlete pegou um ano, cinco meses e 15 dias de reclusão em regime aberto, também substituída por serviços comunitários e multas. A defesa acredita na reversão do caso e recorre ao TRE.

Capitão – Prefeito César Luís Beneduzi foi acusado pela coligação contrária por compra de votos, por meio da distribuição de remédios durante a campanha eleitoral de 2012. Na metade do ano passado, o gestor foi inocentado. A Justiça considerou que as provas eram insuficientes.

Colinas – Em junho de 2013, moradores fizeram manifesto contra a decisão judicial que condenava o ex-prefeito Gilberto Keller e o vice, Marcelo Schroer, por compra de votos. Foi em vão. Em outubro, ambos tiveram que deixar a prefeitura e nova eleição foi marcada para dezembro. A coligação situacionista venceu outra vez. Irineu Horst e Ademar Rieger foram eleitos.

Progresso – Prefeito Edegar Antônio Cerbaro foi denunciado pelo MP por repassar R$ 1,7 mil à organização da Festa do Colono e do Motorista para compra de brindes, durante campanha de 2012.Foi absolvido em primeira instância. Promotores recorreram ao TRE, que o declarou inocente.

Santa Clara do Sul – Segue em segredo de Justiça denúncia da Polícia Federal (PF) ao TRE contra o prefeito Fabiano Rogério Immich e o vice Inácio Herrmann. Eles são suspeitos de compra de votos no último pleito. A última movimentação do processo foi em 25 de setembro de 2013, quando foi solicitada análise à Procuradoria Regional Eleitoral.

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