Encantado – A espera de 44 famílias por casas populares no Vale dos Pinheiros dura quase cinco anos, desde a colocação da pedra fundamental. Beneficiados pedem a entrega das primeiras dez unidades já prontas. Município aguarda licitação para instalar luz e água no local.
As obras iniciaram em abril de 2012. Há 32 residências erguidas. As demais estão em fase de construção. A previsão inicial de conclusão da obra encerrou em outubro, sendo prorrogada até junho.
Segundo o vice-prefeito, José Calvi, a troca de equipe de serventes e pedreiros prejudicou o andamento. “Estamos nos programando para entregar as casas.”
Conforme a secretária da Assistência Social, Valéria Caldas, houve a abertura das licitações para contratar empresas responsáveis pela energia elétrica e água. Antes da ocupação, projeta a retomada de reuniões de trabalho social com as famílias a partir de fevereiro.
No aguardo
Beneficiados como o industriário Darci Rodrigues, 38, aguardam pela moradia própria. Com o contrato assinado e algumas casas prontas, não compreende a demora. “Disseram que dez seriam entregues em dezembro.”
Conforme ele, a última reunião foi em novembro. Na ocasião prometeram concluir a instalação de luz, água e tubulação de esgoto. Enquanto espera, mantém o aluguel, ao lado da mulher e três filhos.
De acordo com dados do IBGE, pelo menos 1,3 mil famílias vivem de aluguel na cidade. Três famílias de fora da lista dos beneficiados invadiram as casas há um ano e foram remanejadas.
Na Justiça
Das 50 famílias iniciais selecionadas, seis foram barradas pelo Ministério Público. A do jardineiro Leodir Carlitos de Freitas, 43, está entre elas. Sem informações sobre as causas, processou o município e pede indenização. “Não é justo ficar de fora depois de tanta espera.”
Valéria diz desconhecer o processo. Segundo ela, essas descumpriram exigências do Ministério das Cidades, como renda mensal de até R$ 1,6 mil e residir na área urbana. Os demais 44 contratos já foram assinados.
Saiba mais
O investimento totaliza R$ 2,2 milhões, com auxílio do governo federal, como parte do Programa Nacional de Habitação Urbana, pela Minha Casa Minha Vida 2. Um banco mineiro cuida da linha de crédito da obra, efetuando o pagamento à empresa responsável pela construção. Não há investimento por parte dos beneficiados.
Cada casa tem 42 metros quadrados, uma sala e cozinha juntas, dois dormitórios, uma área de serviço coberta, corredor e banheiro.
