Teutônia – A recorrente falta de mão de obra tenta ser amenizada por meio da realização de cursos profissionalizantes. Levantamento no Sine local mostra que chegou a cem o número de vagas não preenchidas nas empresas do município durante o ano passado. Parceria entre Executivo, entidades empresarias e Senai abre série de cursos em 2014. A falta de trabalhadores emperra a instalação de novas empresas na cidade e dificulta a expansão das existentes.
No bairro Canabarro, o mais populoso do Vale do Taquari, será instalada escola técnica do Senai. A administração municipal conseguiu a liberação de um prédio no Parque do Ipê e inicia as reformas nas próximas semanas. A previsão é de começar os cursos em abril.
A primeira turma, com 150 vagas, integra o programa Jovem Aprendiz para oficina de calçados. Participarão interessados de Paverama, Westfália, Colinas, Imigrante, Estrela e Teutônia. No espaço multiuso, ocorrerão treinamentos no setor noveleiro, metalmecânico, eletricista, padeiro e confeiteiro. E no laboratório lácteo, curso técnico em Laticínios. “Aposentados também podem vir. O mercado precisa dessa mão de obra”, diz o secretário de Indústria e Comércio, Mirto Petter.
Ele acrescenta que mesmo oferecendo incentivos financeiros ou isenção fiscais o governo municipal não convence empresários a se instalarem na cidade devido à falta de trabalhadores. Para Petter, a oferta de empregos em todos os segmentos, provoca um “leilão” entre os funcionários. “Quem apresentar a melhor proposta, leva.”
Alternativas
Para não fechar a empresa de esquadrias por falta de marceneiro, o empresário Paulo Marcelo da Silva fez sociedade há dois meses com outra fábrica do mesmo ramo. “Esse fator impede o crescimento, pois se temos pessoas qualificadas investimos”, pondera. Há três anos, ele possui o empreendimento no município.
Conforme da Silva, faltam pessoas com experiência na área e com noções de informática. “Contratei uma pessoa com seis anos de trabalho, mas não sabia operar o computador e isso limita o serviço”, acrescenta. A necessidade é contratar pelo menos dois operários, um como auxiliar das atividades.
Pela escassez de profissionais, o salário médio de um marceneiro é de R$ 2,5 mil. Para ele, um valor alto para a realidade do município, o que torna difícil manter esses trabalhadores. Mesmo sem divulgar vagas, se tiver alguém disponível no mercado, a empresa contrata. “Sabemos da dificuldade de encontrar marceneiros, então sempre tentamos segurar”, completa o empresário.
Oferta em outras áreas
Ana Paula Ahlert coordena o Sine da cidade e atesta a dificuldade de atender a demanda das empresas. Fala que há interessados em trabalhar nas áreas de vendas ou administrativa, como secretária. Para preencher as lacunas, frigoríficos, laticínios, fábricas de calçados e móveis recorrem a outras regiões do Estado, como a fronteira.
Principais vagas
Marceneiro
Funileiro
Motorista
Auxiliar de produção
Serviços Gerais
Serrador
Serralheiro
Soldador
Eletricista
Mecânico automotivo