Vale do Taquari – Hoje a máxima prevista pelo Centro de Informações Hidrometeorológicas (CIH) da Univates é de 39ºC, amanhã 40ºC. Na quinta-feira o calor alcança os 41ºC. As mínimas ficam em 23ºC, 24ºC e 25ºC respectivamente.
Ontem, às 15h30min, o termômetro na Univates marcava 38,4°C e a sensação térmica era de 43°C. Segundo Fabiane Gerhard, do CIH, a sensação envolve variáveis como a umidade do ar, a velocidade dos ventos e a temperatura real. O ar está seco, dando a impressão de mais calor.
A temperatura elevada é normal para os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, informa Fabiane. A marca mais alta neste verão foi atingida em 26 de dezembro de 2013, com 39,7°C na Estação Meteorológica, na Univates.
Entre sexta-feira e sábado uma frente fria deve avançar sobre o Estado e provocar pancadas de chuva mais significativas, baixando as temperaturas.
Estoque reduz
Os dias quentes estimulam as vendas de aparelhos de ar-condicionado. Conforme a vendedora de uma loja de eletrodomésticos, Janete Neumann, o estoque está limitado.
Se comparado com a mesma época de 2013, ela vendeu mais, cerca de dez por dia. Os pedidos aumentaram na primeira quinzena de janeiro.
Marco Bortoncello instala aparelhos no Vale e na Serra. Seu telefone não silencia. Tem 30% mais trabalho do que no verão passado. Conta que alguns dias amplia o expediente até meia-noite para conseguir atender a pedidos.
As chamadas começaram em novembro, quando todos receberam o 13º salário. Em dezembro o atendimento reduziu e aumentou de novo próximo das festas de fim de ano. “No Natal e Ano-Novo trabalhamos enlouquecidamente.”
Na região a compra de condicionadores de ar é frenética, avalia. Esta semana projeta um acréscimo de serviço devido à onda de calor intenso. “As pessoas compram e querem que instalemos para ontem.” O tempo médio de espera para instalação é dez dias nesta época do ano.
Bortoncello aconselha a comprar o aparelho entre setembro e outubro, quando as lojas vendem mais barato e o seu serviço é mais rápido. Ele consegue atender três clientes por dia.
Debaixo de sol
Rodrigo Leonhardt, 26, trabalha há cinco anos como eletricista de linha viva. Fica no alto dos postes o dia todo. Para se proteger usa protetor solar e bebe muita água. A roupa de manga longa ajuda a evitar queimaduras. Percebe que o calor está a cada ano mais intenso.
Em uma construção no Centro, Joseano Nichele, 28, atua como técnico, iniciado em abril de 2013. No terraço da obra, nove funcionários trabalham a cada dia, das 7h às 17h15min. Eles alternam as atividades, se revezam conforme a necessidade de serviço e têm liberdade para descansar e se abrigar do sol.
A empresa responsável disponibiliza protetor solar fator 30, óculos de sol e água. “O calor intenso provoca queixas dos funcionários”, diz Nichele.
Varredora de rua há 15 dias, Karina Frozza, 33, recebe protetor solar fator 50 e o aplica nos braços e rosto. A jornada de trabalho inicia às 14h e se encerra às 22h.
Leva consigo duas garrafas de um litro cada, e as enche de três a quatro vezes por dia. Quando não há local para abastecer o recipiente, pede água aos moradores das casas próximas ao local onde está.
Cuidados com a pele e hidratação
Conforme a médica dermatologista Ana Célia Pisani, 44, cuidados com a exposição ao sol devem ser redobrados. Indica o protetor solar FPS 30 como o mais adequado para quem passa horas fora de casa ou do abrigo do sol. A médica explica que o tempo de proteção do fator 30 é ideal para adultos e crianças.
Suar e esfregar o rosto retiram parte do creme de proteção, então indica a aplicação a cada duas horas. No caso das crianças, o ideal é passar em todo o corpo cerca de dez minutos antes de vesti-las, para não deixar de proteger nenhuma parte. Os horários de exposição indicados são antes das 10h e após as 16h.
As proteções físicas como roupas de algodão, chapéu e boné também ajudam a diminuir o contato da radiação solar com a pele. Aos que trabalham expostos ao sol Ana Célia indica o uso de camisetas de manga longa, além do protetor solar. As altas temperaturas muitas vezes impedem o profissional de usar esse tipo de roupa, que garante maior proteção a eles.
A falta de cuidado pode resultar em envelhecimento precoce da pele, manchas e até mesmo câncer. “O câncer de pele tem maior incidência do que qualquer outro tipo da doença”, alerta Ana Célia.
Quem já queimou a pele pode utilizar analgésicos orais, loções pós-sol e hidratantes. Compressas com pano embebido em água fria também ajudam a aliviar o calor da pele.
Cuidados com a hidratação do corpo também são importantes. Beber cerca de dois litros diários de água, com intervalos curtos, ajudam na recuperação dos líquidos perdidos pelo suor, cita.