Pais culpam Brigada por morte de filho

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Pais culpam Brigada por morte de filho

Menor conduzia motocicleta e se acidentou durante perseguição. BM abre inquérito

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Arroio do Meio – Inquérito Policial Militar indicará se houve excesso de brigadianos na perseguição que resultou na morte de Lucas Abel Knecht, 17, no dia sete deste mês. A investigação foi instaurada nesta semana pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) e deve estar concluída em até 40 dias. Familiares fazem manifesto por justiça, neste sábado, pelo centro da cidade.

O fato ocorreu por volta das 20h daquela terça-feira. Lucas pegou a motocicleta do pai (Honda CG 150 Titan), na comunidade de Barra do Forqueta, para ir até a casa da namorada, situada no Loteamento Schuck. Neste percurso, de acordo com a Brigada Militar (BM), o jovem escapou de uma abordagem. Foi perseguido e, durante a fuga, colidiu contra uma árvore. Morreu dias depois no hospital.

1No entanto, segundo o apurado pelo pai do rapaz, André Luiz Knecht, 40, um dos policiais que estava na carona da viatura se estendeu para fora do veículo e atingiu Lucas com o cassetete pelas costas, provocando a queda. “Sei que meu filho agiu errado, mas nada justifica essa ação da BM.”

Revoltado com a suposta agressão dos policiais, Knecht contratou um advogado para averiguar o caso. Nos próximos dias, ele pretende solicitar à Justiça um exame pericial que indique em que circunstâncias aconteceu o acidente. “Não vai trazer meu filho de volta, mas quero justiça”.

De acordo com o comandante do CRPO, tenente-coronel Álvaro de Medeiros, foi registrado pelo policiamento local que Lucas escapou dos policias e que a queda foi decorrente da perseguição. No entanto, como o fato resultou em morte e existem diferentes versões sobre o caso, se iniciou a investigação.

O comandante se diz comovido e garante que irá apurar os fatos para verificar se houve algum excesso por parte dos brigadianos da cidade. “A BM lamenta muito qualquer situação que acabe com feridos, sobretudo quando há morte.”

Jovem pegou moto sem consentimento

Lucas trabalhava na marcenaria pertencente a família da namorada, Daiana Primmaz, 16. Naquela terça-feira, depois do serviço, foi para casa e se encontrou com a mãe Marines de Souza Knecht, 32, com o pai e com o irmão Luan Gabriel, 6.

Por volta das 18h30min, o pai e seu irmão saíram. Às 20h, o rapaz pegou a motocicleta para ir até a casa da namorada. Ela estava sozinha, pois seus pais viajavam para o Paraguai. “Daiana tinha medo de ser assaltada e meu filho foi cuidar dela.”

Minutos depois de o jovem sair, Knecht e Luan retornaram. Neste momento, a tia do rapaz telefonou dizendo que a brigada estava o perseguindo. “Sempre disse para não sair. Caso a brigada o abordasse, era para parar e explicar a situação.”

De acordo com Knecht, o jovem era autorizado a dar voltas com o veículo nas redondezas da casa – situada em área rural. Ele faria 18 anos dia 5 de maio e queria aprender um pouco sobre direção para fazer a primeira habilitação.

Passeata pela paz

Familiares organizaram um manifesto pacífico para a manhã deste sábado. A caminhada começa em frente às lojas Benoit e segue em direção à sede da BM. Amigos e parentes fecham a principal rua da cidade a partir das 8h30min.

Foram confeccionadas 61 camisetas com a foto de Lucas e cartazes com pedidos de justiça. Em um deles é dito: “Queremos justiça, mais competência e menos violência.” Estão convidadas a participar cerca de 200 pessoas. Segundo os organizadores, é um manifesto pacífico. Durante o percurso, há paradas para momentos de oração.

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