Lajeado – A subtração das vagas de estacionamento é a mudança que mais incomoda o grupo de cerca de 20 empresários instalados na av. Senador Alberto Pasqualini, no bairro São Cristóvão.
Claudir Dullius e Marcelo Longhi elaboraram um documento com as reivindicações e sugestões de melhoria do fluxo no trecho entre a rua Arthur Bernardes e o trevo de acesso à Univates. Coletam a assinatura dos comerciantes a fim de protocolar o abaixo-assinado na prefeitura.
Hoje, Longhi solicitou o retorno da placa indicativa de permissão para estacionar por 15 minutos em frente a sua farmácia. “Todas do município têm, menos a minha.” Sem essa condição e com o cordão da calçada todo pintado de amarelo, ele perde clientes.
A reclamação é unânime. Os empresários das ruas transversais também criticam. Sem estacionamento na avenida, as vias secundárias são lotadas pelos veículos dos funcionários e clientes das empresas maiores. Degasperi concorda. Seus empregados ocupam essas vagas.
Ele tem estacionamento para clientes na frente da fruteira, que por vezes é ocupado pelos pais dos alunos na escola Érico Veríssimo, face à dificuldade de parar no local.
O empresário se preocupa com os estudantes. Vans e carros terão de esperá-los nas ruas próximas, forçando-os a atravessar a avenida. “É perigoso para as crianças.”
Longhi classifica a manutenção da parada de ônibus como uma incoerência, pois sendo um veículo maior trancará o fluxo na terceira pista. “E pelo alargamento, ficou uma pista de corrida.”
Segundo eles, os restaurantes, salões de beleza, pet shops e demais estabelecimentos do bairro também serão prejudicados.
“Fomos pegos de surpresa”
Há 30 anos no bairro, Degasperi reclama da forma como o Executivo agiu. Para ele, os moradores e comerciantes deveriam ter sido ouvidos antes de iniciarem as obras. Assim que começaram a pintura, os empresários se organizaram. “Ligamos para lá e disseram que fizeram porque ninguém reclamou.”
Ele lembra de uma conversa que teve com o prefeito Luis Fernando Schmidt um ano antes, quando ele mencionou sobre a retirada do estacionamento. Degasperi o criticou. “Ele me disse que precisava pensar na cidade como um todo e não em meia dúzia de comerciantes.”
Afirma que o fluxo se intensifica durante meia hora do dia, antes do início das aulas na Univates, sendo desnecessário uma obra desse porte. “A avenida não tranca, só fica lenta nesse período.”
Sugere a melhor sinalização de outros acessos à universidade, como a av. Amazonas, a rua Bento Rosa e a Alberto Müller, desviando o trânsito da Pasqualini. “Saindo 50 carros dessa rota já melhora.” Essas vias também seriam alternativa para veículos pesados que trancam o tráfego.
Outra melhoria indicada no documento é a proibição de estacionamento de segunda a sexta-feira, a partir das 18h30min, acrescentando a restrição de trânsito de veículos lentos, como caminhões e ônibus.
Degasperi imagina que haverá desvalorização imobiliária nos arredores, pois as pessoas querem morar em locais com acesso ao comércio.
“Não podemos ser radicais”
O secretário de Trânsito e Segurança Pública, Gerson Teixeira, admite a possibilidade de alterar os horários de estacionamento, permitindo a parada em horários determinados e para situações de emergência.
Na quinta-feira, ele e o vereador Sérgio Kniphoff se reúnem com moradores e empresários do bairro a fim de ouvir as reivindicações. Segundo Teixeira, o governo não pode ser radical e deixar de escutá-los.