Município investiga mortandade de peixes

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Município investiga mortandade de peixes

Animais foram encontrados no Arroio Harmonia

Teutônia – Amostras da água do Arroio Harmonia foram coletadas, ontem à tarde, por uma equipe de especialistas para analisar a condição do afluente. O município busca apurar o que resultou na mortandade de dezenas de peixes em uma extensão de quatro quilômetros do córrego desde a quarta-feira.

03Entre os peixes encontrados estão carás, lambaris, jundiás e cascudos. Todos de pequeno porte. No trecho onde os animais foram achados, a coloração está mais escura do que em outros pontos. O responsável pelo Departamento de Meio Ambiente, Henrique Warken, trabalha com duas hipóteses: formação de algas e despejo de produtos químicos, como agrotóxico ou dejetos de origem animal.

Segundo Warken, foram recolhidas amostras onde a coloração da água tem alteração e também em pontos considerados em situação normal. O resultado das análises deve ser entregue dentro de um mês pelo laboratório.

Funcionários da prefeitura fizeram rondas na região para tentar localizar algum causador, mas não encontraram nenhum material. Caso seja constatada a contaminação, a área pode ser isolada. Conforme o coordenador do departamento, o responsável será identificado e responderá por crime ambiental.

O arroio nasce em Linha Harmonia, passa pelo bairro Teutônia até desembocar no Arroio Boa Vista, no bairro Languiru. No percurso existem propriedades com criação de frangos e suínos. O trecho onde foi registrado o fato fica próximo à rua Mauricio Cardoso, no bairro Teutônia.

Fato intriga moradores

Moradora do local sentiu cheiro forte e viu a água mais escura no final da tarde de quarta-feira. “Costumamos pescar no arroio e decidimos não fazer por causa disso.” Morando há 14 anos no local, nunca tinha visto isso ocorrer.

Outra moradora da encosta do arroio disse não ter reparado nada de anormal nos últimos dois dias. Ela comentou não utilizar o córrego devido à poluição. “Quando era pequena tomava banho, mas agora não dá para se arriscar.”

Biólogo suspeita de crime

Para o biólogo Luiz Eduardo Steffens, o calor não foi o motivo da mortandade. Porém, a combinação de falta de oxigênio, excesso de matéria orgânica e calor pode ser a causa.

Pelo fato dos animais aparecerem ao longo do trecho e não em um único ponto, ele acredita em contaminação. De acordo com ele, em alguns casos, como havia possibilidade de chuva, os produtores largam dejetos nos arroios esperando ser levado pela correnteza.

Últimos casos

Em agosto de 2012, o Grupo de Patrulhamento Ambiental (GPA) flagrou o despejo ilegal de resíduos no Arroio Sampaio, em Cruzeiro do Sul. Uma empresa da região foi autuada por crime ambiental, cuja pena pode variar de um a quatro anos de prisão, com multa, de acordo com os danos ambientais, entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões. O fato provocou a morte de centenas de peixes.

No mesmo ano, o GPA registrou mais de 50 ocorrências de despejo ilegal de dejetos em rios e arroios da região. Uma semana antes do ocorrido em Cruzeiro do Sul, moradores de Forquetinha denunciaram um produtor por derramar resíduos de suínos diretamente no arroio local, causando a morte de dezenas de peixes, entre eles, lambaris, cascudos e carás.

A situação ocorreu no Arroio Alegre e se alastrou até o Arroio Forquetinha, cerca de cinco quilômetros abaixo. Uma semana depois, os animais continuavam morrendo.

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