Lajeado – A aguardada inauguração da UPA está agendada para o fim de fevereiro. Até o início do próximo mês, todo o material necessário para as consultas estará instalado na estrutura localizada no bairro São Bento. Na próxima segunda-feira, administração municipal assina convênio com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, repassando a gestão do local.
Entre janeiro e fevereiro, a Secretaria de Saúde (Sesa) pretende contratar e capacitar os 92 servidores que atuarão na unidade. A equipe médica será composta por oito médicos clínicos e seis pediátricos, com auxílio de 34 técnicos de enfermagem e um farmacêutico.
O restante dos cargos pertence a oito auxiliares gerais; oito auxiliares de segurança; dez auxiliares administrativos; dois auxiliares de farmácia para seis horas; dois auxiliares de farmácia para 12 horas; um auxiliar de manutenção; um motorista; e outros três funcionários para cargos de coordenação, responsabilidade técnica e supervisão.
Conforme o responsável pela Sesa, Glademir Schwingel, uma vistoria ocorre em fevereiro no local pela equipe do Ministério da Saúde. Após isso, o secretário garante que a UPA passará do modelo Habilitada para a Qualificada. Os repasses dos governos federal e estadual aumentam com a mudança. De R$ 337,5 mil, devem chegar a até R$ 600 mil mensais.
“Restará um valor quase irrisório – pouco menos de R$ 100 mil – a ser rateado entre os municípios da região que se conveniarem com a UPA”, atesta Schwingel, que prefere não divulgar ainda o nome das cidades já envolvidas. Ele anuncia ainda novo repasse de R$ 799 mil do governo federal para aquisição de equipamentos. O valor está garantido no orçamento de 2014.
Detalhes da unidade
A construção da UPA em Lajeado teve início em março de 2010. O prédio com 1,3 mil metros quadrados está pronto desde dezembro de 2012. Construída às margens da ERS 413, a unidade custou cerca de R$ 3 milhões e foi paga com recursos federais.
Com capacidade para atender até 200 pacientes por dia, a UPA contará com quatro médicos por plantão para atendimentos de adultos e crianças. A estrutura conta com 14 leitos – seis adultos, três pediátricos, dois individuais, e três para pacientes em estado grave. O atendimento será 24 horas.
Entre as demandas da UPA estão o atendimento aos usuários do SUS e portadores de quadros clínicos agudos, de preferência de baixa complexidade, à noite e nos fins de semana, quando a rede básica e o Programa da Saúde da Família estão inativos. Também é de responsabilidade da unidade dar retaguarda às unidades básicas de saúde e descentralizar o atendimento de pacientes com quadros de média complexidade, diminuindo assim a sobrecarga dos hospitais e postos de saúde.
HBB cede e prorroga serviços na Emergência
A direção do Hospital Bruno Born (HBB) aguardará pela inauguração da UPA até dia 31 de março. Após isso, encerra consultas eletivas e atendimentos sem gravidade no Setor de Emergência. “Com certeza ela estará funcionando. Vamos inaugurar, pelo menos, um mês antes dessa data”, confirma Schwingel.
A notícia sobre a provável inauguração da unidade até o fim de fevereiro é vista com alívio pela instituição filantrópica. Conforme o diretor-técnico do hospital, Cláudio Klein, o déficit financeiro gerado pelo Setor de Emergência se aproxima de R$ 100 mil mensais.
A promessa era encerrar as consultas eletivas a partir de ontem. Mas uma reunião entre o corpo clínico e a direção do HBB, realizada ainda em dezembro, prorrogou o prazo. O Executivo foi avisado da decisão.
“Não queremos ser radicais, mas vamos ceder mais uma vez para dar tranquilidade à população. Mas não há condições de seguirmos com os atendimentos depois de março”, afirma Klein. Ele lamenta a demora na inauguração da UPA, mas acredita que a promessa de inaugurar até o fim de fevereiro será cumprida.
Com a mudança, o HBB pretende investir na qualificação da equipe responsável para casos de maior urgência. Segundo a direção, cerca de 70% dos pacientes poderiam ser atendidos em postos de saúde do município.
Fundação assume na próxima semana
O contrato será assinado na próxima segunda-feira. Com isso, a administração da UPA caberá à Fundação Hospitalar Getúlio Vargas. Com sede em Sapucaia do Sul, a instituição público-privada é hoje responsável pela gestão do Hospital Municipal Getúlio Vargas e pelo Serviço de Pronto Atendimento naquela cidade. Também gere o Hospital de Tramandaí e o Pronto Atendimento de Viamão.
Conforme a Sesa, a fundação receberá cerca de R$ 36 mil por mês. O valor corresponde a 10% dos R$ 360 mil destinados para folha de pagamento mensal, conforme prevê o contrato com o Ministério da Saúde. O administrador da unidade será nomeado pela instituição. A expectativa é que uma enfermeira, que hoje atua em Sapucaia do Sul, seja confirmada após assinatura do contrato.