Forquetinha – Moradores de Picada Hünemeier recebem as primeiras ligações de água tratada na comunidade a partir da próxima semana. O governo municipal iniciou a instalação da rede em dezembro, depois de uma década de promessas. A obra beneficia pelo menos 20 famílias.
De acordo com a bióloga do Executivo, Simone Schneider, o custo é baixo. O material foi comprado no ano passado, sendo utilizado o serviço de servidores municipais para a perfuração de valetas e colocação dos canos. O abastecimento da rede será feito por um poço de um empreendedor das redondezas, que doou a fonte ao governo.
Conforme Simone, o município se responsabiliza pela montagem da rede principal, enquanto os moradores precisam instalar o hidrômetro e o restante dos tubos até a residência.
Por mês, cada família pagará uma taxa de R$ 20,79 por 15 metros cúbicos de água. Quando o consumo ultrapassa a quantia estipulada, será cobrado um percentual sobre o excedente. Segundo a bióloga, esse é o mesmo sistema empregado em todo o município.
“Até que enfim”
A vertente que abastece a propriedade de Cídio Antônio Possamae, 62, secou devido ao calor e falta de chuva em dezembro. Sem alternativa, a família recorreu ao governo municipal para abastecimento por meio do caminhão-pipa. Quando falta, o banho é improvisado em bacias ou no açude, localizado nos fundos da caso. A mesma fonte é utilizada para o trato dos animais.
Apesar da demora, os moradores comemoram o investimento. De acordo com Possamae, esta era uma promessa de campanha do atual prefeito no seu primeiro mandato. “Até que enfim.”
Mesma opinião tem a agricultora Ilse Brandt, 60. Diz ser difícil a fonte existente em sua propriedade secar durante o verão, mas teme ficar doente devido à condição da água, por não ser tratada. “Posso estar consumindo algo contaminado, mas como não tenho outra alternativa, resta torcer para que eu não fique doente.”
Histórico em demais municípios
Encantado. Cinco comunidades do interior, envolvendo mais de 50 famílias, dependem da água de vertentes e sangas. O problema se agrava no verão, quando o nível dos reservatórios diminui e o abastecimento precisa ser feito por caminhões-pipa.
Linha Chiquinha é uma das mais prejudicadas, onde residem sete moradores. Por ter baixa produção agrícola e difícil acesso, a região recebe pouca prioridade do município. Sem previsão de início, o Executivo aposta em parcerias com o governo federal para viabilizar as instalações.
Santa Clara do Sul. Na metade do ano passado, a administração municipal eliminou o problema na cidade. A última comunidade que carecia de rede de água tratada, Linha Serrana, foi atendida. Lá residem mais de 40 pessoas. As famílias passaram a integrar a associação de água e pagam uma taxa mensal para ajudar no custeio de despesas como o pagamento de energia elétrica e manutenção.
Há três anos, também houve solução para famílias de Picada Passo Fundo, apontadas na reportagem do jornal A Hora, “Moradores tomam água de açude” publicada no dia edição do dia 8 de dezembro de 2010.
Roca Sales. No fim do ano passado, 47 famílias foram beneficiadas pela construção de rede na comunidade de Linha Júlio de Castilhos Alta. Foram investidos R$ 141 mil.
Problemas recorrentes
A região é uma das mais suscetíveis à falta de água no verão. Durante os períodos de estiagem, a maioria das vertentes na comunidade seca. Com isso, açudes e poços naturais se tornam as únicas fontes de consumo, as mesmas utilizadas para o trato dos animais.
Em 2009 a obra chegou a ser anunciada, depois de técnicos do governo estadual vistoriarem o local. No entanto, a construção da rede não avançou. Na época, o prefeito Waldemar Richter disse que para fazer com recursos próprios, o valor da obra seria elevado, sendo que a administração municipal tinha outras prioridades.
Nos últimos três verões, a situação precária da água na comunidade motivou notícia no A Hora.
