Vazamento de dados motiva inquérito

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Vazamento de dados motiva inquérito

Professora teria levado informações do conselho de classe para alunos do 3º ano

Santa Clara do Sul – A Coordenadoria Regional de Educação (CRE) enviou, na tarde dessa sexta-feira, dia 27, ao Governo do Estado ofício pedindo a abertura de inquérito na Escola Estadual de Ensino Médio Santa Clara. A investigação busca apurar suposta irregularidade cometida por uma professora e conselheira de uma das turmas do 3o do Ensino Médio.

Segundo informações, a educadora vazou dados do conselho de classe para estudantes dias antes da cerimônia de formatura. A profissional teria dito aos jovens que a direção escolar queria reprovar alguns estudantes. A medida – considerada antiética pela coordenadoria, gerou impasse entre direção, alunos e demais professores.

1O diretor da instituição, Sérgio Luís Garcia Campos, informa que houve um pré-conselho de classe dias antes da cerimônia. No encontro, foi debatida a possibilidade de alguns estudantes do 3o ano reprovarem por não atingirem as notas exigidas. “Ela contou aos alunos o que discutimos na reunião, apesar de eu achar que isso foi por ingenuidade, gerou tumulto.”

No entanto, esclarece o diretor, havia possibilidade de trabalhos para recuperação de nota antes do encerramento do ano letivo. Conforme Campos, muitos jovens se revoltaram com a direção. “Mas todos conseguiram se recuperar e passaram. Foi por mérito deles.”

O conselho de classe definitivo ocorreu um dia antes da formatura, realizada no sábado, dia 21. Chateados com a situação ocasionada na escola, diversos professores da instituição não foram à cerimônia, assim como a direção escolar.

O assunto foi levado à CRE, a pedido do quadro de docentes. A direção se reunirá com a professora nos próximos dias. Segundo a responsável pela coordenadoria regional, professora Marisa Bastos, a sindicância inicia assim que a permissão for publicada no Diário Oficial pelo Estado, o que deve ocorrer na primeira quinzena de janeiro. A investigação será conduzida por duas funcionárias da CRE e um advogado.

“Vamos modificar as formaturas”

A formatura, realizada dia 21 no Clube Centro de Reservistas, é outro ponto a ser apurado. A festa, para muitos pais e professores, ultrapassou os limites de um evento educacional. O que deveria ser a comemoração de resultados de ensino acumulados em anos, conhecimento, preparação à vida acadêmica, conservação da amizade, se traduziu em compartilhamento de algazarras, bagunça e bebedeira.

O salão esteve decorado com glamouroso jogo de luzes, flores e tecidos. As gravatas e os vestidos longos dos formandos completaram o cenário. Para o diretor Campos, as formaturas se tornaram muito pomposas nos últimos anos, com muita festa. Ele pretende formalizar para os próximos anos a entrega de diplomas no ambiente escolar. Depois, estudantes podem comemorar a conquista em outro local.

Marisa Bastos diz não ter recebido nenhuma informação sobre a festa. Segundo ela, a orientação da coordenadoria é que o evento seja um momento pedagógico. “Pode haver festa, mas tem limites. Deve haver orientação da escola. Não permitimos venda de bebida alcoólica e vamos averiguar isso.”

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