Lajeado – A construção dos 448 apartamentos pelo programa Minha Casa Minha Vida começa na segunda quinzena de janeiro e termina em 18 meses. Será feita pela ALM Engenharia e Construções, de Venâncio Aires, vencedora da licitação.
Os contratos entre a administração municipal, a Caixa Econômica Federal (CEF) e a construtora foram assinados ontem pelo prefeito Luis Fernando Schmidt, pelo superintendente regional da Caixa, Mauro Born, e pelo diretor da ALM, Luis Paulo Assmann.
Um deles marca a edificação de 18 blocos com 16 apartamentos cada numa área de 19,58 mil metros quadrados, no bairro Santo Antônio, com investimento de R$ 17,2 milhões. O outro contrato define a aplicação de R$ 9,6 milhões na construção de dez prédios, 16 apartamentos cada, no mesmo bairro, área de 13,71 mil metros quadrados.
Neste ano o município entregou 55 unidades habitacionais. Prevê o financiamento de cem casas pelo programa do governo federal a quem possui o terreno e não tem condições financeiras de construir.
Conforme a secretária de Planejamento, Marta Peixoto, no mínimo duas mil pessoas se mudarão para o condomínio. Com as vagas no residencial mais as cem casas em terreno próprio o déficit de moradias reduzirá 40%. “São 1,2 mil famílias necessitadas.”
Segundo Schmidt, as mensalidades com a CEF terão um teto de R$ 80, mas a maioria pagará entre R$ 20 e R$ 50 durante dez anos – 5% da renda familiar.
Nos quatro anos de gestão, o prefeito pretende suprir a demanda habitacional na faixa 1 (até R$ 1,6 mil de renda mensal). “Temos que encontrar uma área para um novo projeto habitacional a fim de equilibrar a densidade demográfica.”
Requisitos de seleção
As inscrições ocorrem na Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas), de segunda a quinta-feira. O candidato recebe uma ficha com o horário de atendimento que ocorre a cada 30 minutos.
Os interessados devem ter renda familiar de até R$ 1,6 mil, não ter imóvel no nome, ser maior e estar no Cadastro Único. Conforme a secretária Neca Dalmoro, a CEF repassará um valor para contratação de assistentes sociais que acompanharão os selecionados antes, durante e depois da obra. “Precisamos nos certificar que eles saibam viver em condomínio.”
Ana Paula Karpiuk Seibel, 31, mora com os filhos de três e sete anos numa casa alugada no bairro Universitário. Diz que será um alívio passar dos R$ 350 mensais de aluguel para uma prestação de até R$ 80.
Conhece o Santo Antônio e o considera um local acessível de se morar face ao itinerário de ônibus e escola disponível no bairro. A servente de limpeza sustenta a família sozinha. Tem uma renda mensal de R$ 840. Antes morava com a mãe. Há dois anos está sozinha com as crianças.
Roberto da Silva Lentino, 55, morava num quarto de pensão pelo qual pagava R$ 300. Tinha uma renda mensal de R$ 815. Desempregado, está há 20 dias no abrigo São Chico.
Quando se inscreveu na Sthas, sequer sabia do valor da prestação que terá de pagar se for contemplado. Agora procura trabalho para ter como arcar com a mensalidade.
Infraestrutura
Pelo projeto, os apartamentos dos residenciais Novo Tempo e Novo Tempo II medem 50,76 metros quadrados divididos em dois quartos, banheiro, área de serviço, sala e cozinha conjugada.
Cada um terá direito a uma vaga de estacionamento para carro e haverá vagas para motos distribuídas pela área de uso comum.
O condomínio terá uma estação de tratamento de esgoto, local para coleta de resíduos sólidos e orgânicos, quatro quiosques, salão de festas e quadra de futebol de areia.
Alguns apartamentos serão equipados para portadores de deficiência física, que têm prioridade na seleção.
