Teutônia – Criminosos mudam estratégia para extorquir vítimas por telefone. Ladrões se passam por mecânico, policial rodoviário ou parente acidentado e pedem ajuda para custear despesas com oficinas ou hospital. Na última semana, três casos foram registrados na delegacia de Teutônia. Uma vítima ficou sem R$ 2 mil, depositados após telefonema. Período de férias aumenta a incidência.
O delegado Mauro Mallmann informa que em todos os casos registrados as histórias se assemelham. Os golpistas inventam nome, se passam por parentes e pedem dinheiro para o conserto do carro. Conforme o sargento da BM, Marco Mattes, constantemente a população busca informações sobre esse tipo de crime, mas a maioria não registra ocorrência. “Procuramos aconselhar as pessoas antes de consumar o ato, porque elas acabam acreditando em pessoas estranhas”.
Para Mattes, os bandidos aproveitam o momento de férias em que muitas pessoas estão viajando para aplicar o golpe. “Se o parente precisa de ajuda, não vai ser desta forma que ele vai solicitar, peça informações adicionais ou para falar com a pessoa”.
Os códigos de operadora utilizados, em geral, são das regiões Norte e Nordeste do país. “Existe uma dificuldade em encontrar essas pessoas, pois utilizam o telefone por um tempo e depois descartam ou trocam o chip”, ressalta o delegado. A conta para o depósito é em nome de um laranja. “Em alguns casos conseguimos o bloqueio”, acrescenta.
Segundo ele, em uma ocorrência de mensagem premiada, conseguiu reter o valor depositado antes do golpista sacar. A partir disso, é possível investigar os criminosos. Mallmann pede cautela da comunidade ao receber mensagens pedindo valores para receber prêmios, para resgate de sequestros e ajuda para parentes com prefixos de DDD de outros estados.
Sobrinho acidentado
Na sexta-feira, o operador de máquina de 60 anos, morador do bairro Canabarro, depositou R$ 2 mil em conta de golpistas e aplicou R$ 100 de crédito no celular dos criminosos. Ele recebeu telefonema de alguém que se identificou como sobrinho do Paraná. Em deslocamento a Teutônia, teria sofrido acidente e precisava dinheiro para pagar a conta com mecânico, que recusava cheques. “Achei a voz parecida do meu parente paranaense e acreditei na história. Ele ainda me questionou se não estava reconhecendo sua voz.”
O trabalhador foi até uma lotérica e depositou R$ 1 mil. Depois, ligou na suposta oficina para confirmar o depósito. Em seguida, os criminosos ligaram novamente pedindo mais R$ 1 mil, para colocar uma nova barra de direção. Fez novo depósito. Nesse meio tempo, tentou telefonar para a filha e comentar a situação, mas ela não atendeu. Por fim, pediram a recarga de R$ 100 no celular. Quando a filha retornouo telefonema, contou o ocorrido. “Ela ligou para o meu sobrinho, que desmentiu tudo. Perdi a grana”.