Vale do Taquari – O Vale ocupa o 8º lugar entre 28 regiões do Estado. A performance do Produto Interno Bruno (PIB) gaúcho foi divulgada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) e pelo IBGE nessa terça-feira.
Da produção de riquezas nos 36 municípios do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), o setor de serviços tem maior participação, com 51,6% do Valor Adicionado Bruto. A economia local representa 3,2% do total do PIB gaúcho.
Para a presidente do conselho, a economista Cíntia Agostini, a participação do Vale já foi maior, chegando a 4%. “Na última década houve crescimento na economia local devido à produção primária e à capacidade industrial.”
Mas, em comparação com outras, a evolução foi menor. Para Cíntia, essa situação tem ligação com os investimentos públicos para o desenvolvimento local, como com o polo petroquímico, da região metropolitana do delta do Rio Jacuí (1º lugar em participação no Estado) e do porto de Rio Grande, na região Sul (4ª posição).
Cidades com potencial agrícola prosperaram. Pelos cálculos da fundação, em 2011, o setor evoluiu 9,9%. Aquelas com vocação industrial tiveram retração, interferindo no resultado do ano. No cálculo final, o PIB gaúcho teve crescimento de 4,4%.
Diante dos resultados, dos 496 municípios, 72,6% (ou 360) tiveram crescimento superior ao do Estado. Em 136 (27,4%) apresentaram desempenho inferior, em 40 tiveram redução.
Como critério para elaborar o PIB municipal, a FEE usou a variação nominal, sem descontar a inflação no período. Modelo diferente ao aplicado para avaliação nacional e estadual. A fundação informou que não utilizou o método convencional pois inexiste pesquisa de preços nos municípios.
PIB per capita
Três cidades da região aparecem entre as vinte melhores colocadas no Estado no PIB per capita. Arroio do Meio, na 11a posição, Imigrante (17º) e Westfália (18º).
Na cidade melhor posicionada, em Arroio do Meio, a base do PIB provêm do setor industrial, com 56% do Valor Adicionado Bruto. Em seguida, aparece os serviços, com 36,7%. A agricultura corresponde a 7,1%.
A pesquisa mostra que em Imigrante há um maior equilíbrio entre os três setores. Indústria lidera com 39,2%, seguida por serviços e agricultura. Já o PIB de Westfália é composto pelo geração de riquezas no campo, com 43,7% do Valor Adicionado Bruto.
Coqueiro Baixo e Nova Bréscia crescem
Em termos de evolução do PIB em relação aos anos anteriores, duas cidades da região estão entre as cinco melhores. Coqueiro Baixo teve 69,9% de expansão nos números, alcançando o primeiro posto nesse quesito.
Para o prefeito, Veríssimo Caumo, o motivo principal para esse aumento se deve ao setor primário. Segundo ele, desde 2001 a produção agrícola cresce nas três culturas preponderantes – suínos, aves e leite.
Segundo ele, o mérito para essa evolução é dos produtores. “Eles começaram a exigir nota fiscal. Isso tem reflexo na nossa parcela do ICMS.”
Na terceira posição, Nova Bréscia, com 56,1% de crescimento. Nos últimos anos, houve evolução na produção primária, em especial na criação de aves. Para o prefeito Gilnei Agostini, a venda das produções teve incremento.
Outro motivo alegado por ele foram os incentivos públicos para instalação de empresas. Entre 2010 e 2011, dez novos empreendimentos começaram na cidade.
Lajeado na 19ª posição
Ao considerar o PIB geral, Lajeado fica na 19ª posição como maior economia do Estado. O setor de serviços é o principal responsável. Na estrutura do Valor Adicionado Bruto, o segmento alcança o percentual de 67%.
Conforme Cíntia, a população residente nos demais municípios procura Lajeado para esses atendimentos. “A oferta de prestadores de serviço é maior. Muitos procuram esses profissionais na cidade.” Hoje o número de empresas desse segmento chega a três mil.
No histórico de Lajeado, as características agrícolas foram substituídas pela urbanização. A população dobrou. Em 1940, havia cerca de 35 mil moradores. Sete décadas depois, chega a 73 mil habitantes.
Isso representou em mais empreendimentos. O aumento foi de quase dez vezes no total de empresas. As mais de 800 indústrias são as que geram o maior número de empregos, com mais de 11 mil funcionários. Ao todo, o município tem mais de 32 mil trabalhadores com carteira assinada.
Depois de Lajeado, as cidades com economia mais pujante são Estrela, que figura como a 43ª colocada, e Teutônia, na 49ª posição.