Estrela – Quatro cães vira-latas morderam Armin Ildo Pott, 49, enquanto fazia a leitura do hidrômetro na residência de Terezinha Barbosa, 43, no bairro das Indústrias, na quarta-feira.
A dona dos cachorros saiu apressada para levar a filha que passava mal ao hospital e deixou o portão fechado, porém destrancado. Segundo ela, os bichos pularam na maçaneta, abriram-na com as patas e atacaram Pott na rua.
Pedreiros que trabalhavam próximo do local o ajudaram e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Pott foi atendido no pronto socorro do Hospital de Estrela. Ele foi mordido na coxa esquerda e panturrilhas.
Conforme ele, era 10h30min e terminava o roteiro de leituras quando foi atacado. Pott entrou em um corredor ao lado da igreja para acessar o hidrômetro no lado de fora da residência.
Percebeu a agitação dos cachorros, mas ficou despreocupado porque havia a grade. “Se facilitasse, abaixando perto da grade, eles poderiam ter mordido a cabeça ou o pescoço.”
Pott se desesperou quando gritou por socorro e ninguém aparecia. “Eles estavam furiosos, é incomum ver isso”. Para ele, a situação não foi pior porque se manteve em pé. Os animais recuaram e voltaram para o pátio no momento em que um pedreiro jogou um tijolo para assustá-los.
No hospital, ele tomou antibióticos, anti-inflamatórios e vacinas antirrábica e antitetânica. Ficará cinco dias em casa para continuar o tratamento. “O médico optou por não fazer pontos para evitar infecção”.
Terezinha soube do ocorrido por outro funcionário da Corsan e ofereceu auxílio, garante. “Até fui conversar com o médico que o atendeu.” Afirma que foi a primeira vez que os cães morderam alguém e se surpreendeu, pois o leiturista sempre brincava com eles pela grade.
Há cerca de um ano e meio, Pott realiza o mesmo roteiro no bairro. Foi mordido outras vezes, segundo ele, nada grave.
Considera os cachorros soltos inimigos de quem trabalha na rua. Sugere que os proprietários mantenham os animais bravos presos durante o dia, mesmo dentro do pátio.
Correios suspende entrega
Em fevereiro de 2012, o A Hora publicou uma matéria sobre a interrupção do serviço de entrega de correspondências em algumas ruas da cidade devido ao ataque de cães. Conforme o gerente da agência dos Correios de Estrela, Airton Diedrich, a situação é recorrente. “Ficamos no máximo três semanas sem ocorrência.”
Sempre que um carteiro é mordido ou ameaçado por cachorros, a entrega naquela rua é suspensa. O morador é notificado e volta a receber o serviço depois de prender o animal. O problema ocorre em todos os bairros.
Diedrich observa que em alguns casos o cão não tem dono, mas como é alimentado pelo morador fica em volta da casa e ataca quem se aproxima.
Os carteiros são orientados a não entrar em pátios fechados e só deixar a carta se houver caixa de correspondência.
Lei da focinheira
A lei estadual 12.353 de 2005 determina que os cachorros ferozes só podem circular em ruas ou vias internas de condomínios conduzidos por guia curta (de no máximo 1,5 metro), enforcador de aço e focinheira. São obrigatórias para os cães das raças american pit bull terrier, fila, rottweiler, dobermann, bull terrier, dog argentino e tipos afins.
Residências onde há cães de guarda perigosos devem ser guarnecidas com muros, grades de ferro, cercas, portões de segurança e placas indicativas, fixadas em local visível.
Os animais não podem permanecer em praças, jardins, parques públicos e na proximidade de escolas. O proprietário que descumprir a lei sofrerá sanção. Quem que se sentir ameaçado pode requisitar intervenção policial, segundo a legislação.
