Santa Clara do Sul – Cortes recorrentes no fornecimento de água na área central, sobretudo no verão, motivam projeto do Executivo. Mês passado, foram investidos R$ 40 mil na perfuração de um poço para atender parte da demanda. Maior desafio do setor público é acompanhar o crescimento populacional.
Desde 2006, quando foi oficializado o plano diretor da cidade, a administração municipal liberou 11 loteamentos. Os lotes têm capacidade projetada para alojar 5,9 mil habitantes, proporção capaz de dobrar a população existente, de 5,7 mil pessoas.
Um dos problemas percebidos pelo governo era a falta de capacidade da rede hídrica que atende bairros instalados ao longo da avenida 28 de Maio. Quando ela foi construída, estava projetada para abastecer uma quantidade de residências cinco vezes menor que a atual. Em horários de pico, ficava sobrecarregada e não conseguia dar vazão.
Nos últimos verões, a carência se acentuou. Em algumas regiões da cidade, principalmente nas áreas mais altas do centro, como no Batete-eck e loteamentos Santa Clara e Parque das Flores, diversas moradias ficaram sem água em determinados períodos do dia.
Em 2011, dois novos poços artesianos foram licitados para o Batate-eck. Mesmo após perfurar mais de cem metros de profundidade, não foi encontrada água, apenas uma camada de argila.
Alternativas funcionam
Conforme o secretário de Obras, Márcio Haas, o sistema de distribuição foi remodelado na cidade. Exemplo disso foi a desativação do poço Anschau e reabertura do poço Bruch, ambos no Batate-eck. Dessa forma, o problema foi resolvido.
Para as demais regiões com deficiências, o governo investiu cerca de R$ 40 mil, em novembro. O dinheiro foi utilizado para a perfuração de mais um poço (com 132 metros de profundidade) nas terras de Antônio Milton Braun, na rua das Flores. O valor inclui, ainda, instalações elétrica, hidráulica e mecânica, construção da rede adutora e do reservatório, além de reformas no sistema atual.
Conforme Haas, a vazão do novo reservatório chega a 80 mil litros de água por hora, mas num primeiro momento será necessário instalar uma bomba para captar em torno de 20 mil, cuja quantidade é suficiente para atender a demanda atual.
Por meio dele, o abastecimento é aprimorado na comunidade onde foi perfurado e também no Loteamento Santa Clara. Além disso, tem condições de melhorar o atendimento nas demais áreas centrais. A previsão é de que o abastecimento seja iniciado até este fim de semana.
Recurso para modernização
Mês passado, a câmara de vereadores encaminhou requerimento ao Executivo solicitando repasse de R$ 18,8 mil para a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Alto Arroio Alegre. O pedido foi apresentado pelo suplente Vianei Wille.
De acordo com ele, a entidade tem 70 sócios e é responsável pela distribuição do sistema de água que atende Alto Arroio Alegre, parte de Sampainho e parte de Sampaio. No requerimento, defende que o valor é necessário para modernizar o sistema de bombeamento, o qual está obsoleto e impede futuras ampliações.
Conforme o prefeito Fabiano Immich, o dinheiro será concedido. No entanto, o valor está indefinido. “Vamos repassar a verba em 2014. A reforma é importante.”
Pedido de municipalização
O prefeito Immich debate com a sociedade de água de Picada Santa Clara um acordo para a administração da rede. Segundo o gestor, as duas redes existentes na localidade – a comunitária e a pública – se cruzam.
De acordo com ele, é fundamental deixar o controle da estrutura de abastecimento com apenas um grupo. Isso é necessário para um futuro projeto de pavimentação da estrada geral, estudado pela administração municipal.