Lajeado – A polêmica envolvendo as consultas eletivas no Setor de Emergência do Hospital Bruno Born (HBB) prossegue. O Executivo encaminhou à câmara de vereadores um projeto de lei solicitando autorização para renovar por seis meses o convênio com a instituição de saúde. Direção do HBB desconhece proposta, e mantém a intenção de limitar os atendimentos no setor.
O atual contrato se encerra no dia 31 de dezembro. Ele prevê repasse de R$ 198 mil para atendimentos no Setor de Emergência durante os fins de semana e feriados, e também no horário em que os postos de saúde municipais estão fechados. A nova proposta não prevê mudanças nos valores.
Apesar da intenção de renovar por seis meses o convênio, os atendimentos de casos considerados eletivos (sem gravidade ou urgência) devem cessar a partir do dia 6 de janeiro. Essa é a intenção dos diretores do HBB e dos médicos responsáveis pelo plantão no setor. A mudança foi comunicada ao Executivo em julho.
Conforme o diretor do corpo clínico, Cláudio Klein, mesmo que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não esteja pronta até janeiro, o HBB vai limitar os atendimentos no Setor de Emergência. “Não queremos ser radicais, mas sim qualificar e potencializar as condições de atendimentos dos casos graves. Há muito tempo solicitamos soluções por parte do Executivo.”
No mês passado, a administração municipal sinalizou com a proposta de ceder um médico e um enfermeiro para auxiliar nos atendimentos. A proposta foi rechaçada pela direção do HBB. “Isso aumentaria ainda mais a demanda”, avisa Klein.
Para o HBB, a melhor solução é a abertura do Posto de Saúde do bairro Montanha nos fins de semana, e por 24 horas durante os dias úteis. A administração municipal é contrária a essa ideia. Segundo o secretário de Saúde, Glademir Schwingel, o Executivo aguarda pela abertura da UPA. Na semana passada, foram instalados alguns móveis no local. Mas não há previsão para começar o serviço.
Schwingel comenta que a prorrogação do contrato, pelo período específico de seis meses, é padrão. “O contrato poderá ser rescindido antes.” Klein reitera a posição do secretário, mas faz um alerta. “Entendo que a renovação é necessária para que o atendimento não se encerre após a virada do ano. Mas não acordamos a prorrogação das consultas eletivas.”
Entenda
A direção do HBB reclama de um déficit financeiro gerado pelo Setor de Emergência próximo de R$ 100 mil mensais. Segundo os diretores, cerca de 70% são casos simples que poderiam ser resolvidos em postos de saúde do município.
Hoje, a média mensal de atendimentos no setor é de 3,6 mil. Em 2012, foram 39,5 mil no total, dos quais 80% são de Lajeado. Há cinco anos, em 2008, o número foi de 40,1 mil.
Conforme Klein, toda estrutura do setor custa em torno de R$ 480 mil mensais ao HBB. Em média, 50 médicos fazem parte da equipe de plantonistas. Segundo o diretor, o hospital recebe um valor mensal aproximado de R$ 380 mil.
