Colinas – Irineu Horst (PMDB) e Ademar Rieger (PT) – prefeito e vice de Colinas, assumem a administração municipal a partir do dia 20 deste mês, conforme cronograma do Cartório Eleitoral. Terão um ano a menos que demais gestores do Vale do Taquari para implementarem políticas e projetos, evitando ônus às repartições públicas devido à troca de governo fora de época.
Como alternativa para conseguir concretizar os planos dentro do prazo, a dupla aposta na contribuição do ex-prefeito Gilberto Keller com a administração. Eles pretendem conversar nos próximos dias com o político, para que ele assessore o novo governo, pois também é advogado. Com o mandato cassado em outubro, Keller está inelegível por oito anos. No entanto, a legislação não impede que ele trabalhe no poder público.
O chefe do Cartório Eleitoral de Estrela, José Afonso Beraldin da Silva, prevê a diplomação dos candidatos eleitos para dia 19, na sede do Legislativo. A posse depende da presidência da câmara de vereadores, e deve ocorrer no dia seguinte. No entanto, ontem, Horst esteve no local para tentar agilizar o processo.
De acordo com o novo prefeito, a cidade depende de verbas estaduais e federais, que precisam ser empenhadas nos próximos dias. Do contrário, perdem validade para 2014. “Como é ano eleitoral, precisamos correr.”
Entre as verbas está cerca de R$ 2,9 milhões para a pavimentação de 2,5 quilômetros em Linha Ano Bom até a divisa com Teutônia. Segundo Horst, a rota é a principal alternativa para sair do município em caso de alagamentos – quando o acesso por Estrela fica encoberto por água.
Outros projetos aguardam liberação. Entre eles, a construção de um ginásio e três salas de aula no escola Ipiranga. Também prevê recursos para um centro de eventos, dinheiro para pavimentações e maquinários.
Os eleitos garantem somar esforços para unir a comunidade. A rivalidade política deve ser deixada de lado. “Quem vive aqui são nossos filhos, nossas famílias. Precisamos de um lugar bom pra viver. Hoje estamos no governo. Amanhã pode ser outro.”
Durante o período eleitoral, nenhum contrato de serviço foi assinado. Retomar negociações e firmar convênios se tornou uma das prioridades.
Até a posse dos eleitos, responde pelo Executivo a ex-presidente da câmara de vereadores, Marli Stiegemeier (PMDB). Ela está no cargo desde 17 de outubro, quando a Justiça ordenou a saída de Keller da administração municipal.
Governo segue idêntico
Horst e Rieger garantem a mesma equipe de governo, pelo menos neste ano. O secretariado é eficiente e mostrou sua capacidade nos últimos meses, enfatizam. A única novidade para os próximos dias é a definição de um novo secretário da Educação, cargo ocupado por Horst até antes das eleições suplementares.
O plano de governo é quase idêntico ao utilizado pela atual administração. De acordo com ambos, as propostas funcionaram no primeiro ano de governo. Até porque, segundo Horst e Rieger, foi algo montado por toda a equipe, inclusive por eles.
Em relação à economia, o setor primário será o mais incentivado. No turismo, os eleitos prometem acentuar os projetos para que a comunidade se envolva cada vez mais. Conforme Horst, isto é trabalhado há anos na comunidade, sobretudo nas escolas.
Serviço continua
A maioria dos eleitores votou de manhã. De acordo com o morador Darcilo Thomas, a população não esperava ter que voltar às urnas antes de 2016 – data do novo pleito municipal. Mesmo com a mudança de prefeito, acredita, nada mudará na cidade.
Para Ademir Hollmann, a realização de uma nova eleição atrasou o município. Cita que diversos serviços públicos pararam durante o processo, prejudicando a comunidade. Concorda com Thomas de que o governo trabalhará da mesma forma, pois continua o partido.
Beno Altmann critica eleições fora de época. “Tivemos que voltar às urnas em função de duas ou três pessoas.” Para ele, essa situação prejudicou Colinas, pois muitos recursos deixaram de ser repassados, sobretudo na saúde.
Desde a emancipação, em 20 de março de 1992, Colinas esteve representada por peemedebistas em seis dos oito mandatos. Partidos de oposição chefiaram a administração municipal nos oito primeiros anos, com Ary Herrmann e Nestor Ricardo Hollmann – sucessivamente.
Edelbert Jasper foi o primeiro representante do PMDB no governo. Venceu as eleições de 2000, com 56,8% dos votos válidos. No pleito seguinte, o político venceu novamente. A aprovação foi de 53,66%.
Keller sucedeu o partidário nas eleições de 2008, ao receber 1.092 votos – 54,06%. Desde então, a supremacia do PMDB aumenta a cada ano. No pleito do ano passado, o ex-prefeito atingiu 66,28%. Superado neste domingo, com a marca de Horst ao receber 73,16% dos votos válidos.
Resultado da votação
– Irineu Horst (PMDB): 1.502 votos (73,16%)
– Brancos: 291
– Nulos: 260
– Abstenções: 292 (12,45%)
– Eleitorado: 2.345