Vale do Taquari – Os preços do litro da gasolina e do diesel sobem na região. O reajuste foi anunciado na sexta-feira passada pela Petrobras. Pelo comunicado, a gasolina ficou 4% mais cara nas refinarias e o diesel, 8%. A alta atende princípios da nova política de preços instituída pela empresa.
Em média, o consumidor passa a pagar cerca de R$ 0,10 centavos a mais pelos dois tipos de combustíveis. Em cidades menores, o custo da logística interfere no valor da bomba. Em Sério, o preço revisto passa a valer hoje. Em um dos estabelecimentos, o litro da gasolina pode alcançar R$ 3,27. O proprietário, que prefere não divulgar o nome, diz que o cálculo ainda não está pronto. Segundo ele, pode haver mudança. No mesmo local, o litro do diesel chega a R$ 2,60.
No outro posto da cidade, o proprietário Hilário Hermes Danieli terminava os cálculos do reajuste na tarde de ontem. De acordo com ele, o percentual foi fechado em 3,24 % para gasolina e 6% para o diesel. “Aqui fica mais caro por causa do transporte para o abastecimento”, alega.
Nos estabelecimentos em Lajeado, o preço do litro da gasolina comum vai de R$ 2,96 até R$ 3,05. Para o auxiliar mecânico, Deramir Forster, mesmo se tratando de alguns centavos de reajuste, o custo para o consumidor faz diferença. “Queria que nosso salário tivesse dois ou três aumentos por ano.”
O caminhoneiro Paulo Raimundo Mann considera as reavaliações da Petrobras nos preços um absurdo, em especial com o aumento no diesel. Para ele, o novo valor no diesel associado aos impostos, com o consequente pagamento do licenciamento veicular, interfere na atividade de fretes. “Está cada vez pior. Daqui a pouco o diesel bate nos três pila também (sic)”.
Conforme Mann, os valores cobrados para o frete, junto com o desgaste do veículo e as obrigações com o governo, tornam a função cada vez menos lucrativa.
O último reajuste feito pela estatal ocorreu em janeiro. Na época, o diesel subiu em média 5% nas refinarias e a gasolina 6,6%. O valor do reajuste, segundo a empresa, não inclui os tributos federais (PIS/Cofins e a Cide) e estaduais (ICMS).
Plano de negócios
A revisão no valor do litro dos combustíveis estava prevista desde a metade do ano. O reajuste da semana passada atende aos princípios da nova política de preços implementada pela Petrobras. A metodologia quer assegurar que os indicadores de endividamento e crescimento da estatal retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios 2013-2017.
Os cálculos consideram a produção de petróleo e a aplicação da estratégia de preços segundo visão do mercado. A empresa não revela os parâmetros da nova metodologia. A Petrobras não deixou claro se a proposta de reajustes de preços automáticos, baseados em diferentes “variáveis”, foi descartada ou se será adotada.
Segundo a companhia, o objetivo é “alcançar, em prazo compatível, a convergência dos preços no Brasil com as referências internacionais”. A estatal alega prejuízo com a alta do petróleo no mercado mundial.
Na semana passada, as ações da Petrobras avançaram mais de 2% com a expectativa do anúncio de um reajuste. No mês de novembro, a estatal caiu 6,4%.