MP orienta festas sem bebida alcoólica

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MP orienta festas sem bebida alcoólica

Organização de formaturas e festas de fim de ano motivam reunião com escolas

oktober-2024

Lajeado – O primeiro contato com o álcool ocorre numa idade média de 12,3 anos, conforme o diagnóstico feito em 2012, com 2,105 alunos em 33 escolas no município. O índice alarma a equipe da campanha Vida+Viva sem álcool devido à aproximação das festas de fim de ano, como formaturas.

O Ministério Público (MP) e os voluntários da campanha pretendem criar frentes de combate para o fim de 2014, semelhante às ações realizadas em Porto Alegre. Lá uma patrulha formada por MP, Polícia Civil, médicos e enfermeiros fica de plantão na festa, coibindo a entrada de álcool.

A secretária-executiva do Programa de Prevenção à Venda e ao Consumo de Bebidas Alcoólicas por Crianças e Jovens, Gilmara Scapini, conta que no início do ano letivo, na capital, a equipe solicita à Secretaria de Educação o calendário de formaturas e organiza os plantões. O grupo tem um ônibus que serve de referência à ação.

4Para o promotor Neidemar Fachinetto, que atua como voluntário, vale mais atuar de forma preventiva, mudando a cultura, do que fiscalizar. “A ação com policiais pode ser boa, mas qual a chance de no ano que vem a bebedeira não acontecer mais? Pouca.”

Nas palestras ministradas pelos agentes transformadores nas escolas, o diagnóstico é apresentado. “A comunidade fica chocada ao saber do consumo precoce.” Conforme Gilmara, os pais não percebem o envolvimento imaturo dos filhos com o álcool.

Fachinetto afirma que neste ano a ação será educativa em relação às festas. Os voluntários do programa visitarão estabelecimentos comerciais e casas noturnas para realizar um termo de acordo com regras básicas de conduta, como a classificação indicativa de idade quando há venda de álcool. “É um acordo de cavalheiros. Se vão cumprir é questão de consciência.”

O promotor acredita que a indicação de proibição para menores de 18 anos ou 16 anos, conforme limita o Judiciário, no ingresso do evento, é uma medida de proteção que funciona como um filtro. A família, ao ver ou ouvir em uma propaganda de rádio, não autorizará o filho menor a ir.

19 escolas visitadas

Profissionais das áreas de educação e saúde, chamados de agentes transformadores, visitam algumas escolas do município desde 24 de setembro. Nos 19 colégios selecionados, a comunidade conhece a realidade sobre o consumo de drogas ilícitas e ilícitas por crianças e jovens.

Os voluntários apresentam o programa, incentivando os docentes a trabalhar o assunto com os alunos aliado ao projeto pedagógico. Médicos da Associação Médica do Vale do Taquari também palestram de forma voluntária.

A orientadora educacional do Colégio Evangélico Alberto Torres, Laura Oppermann Elter, diz que o trabalho está nos passos iniciais. Nomeia de primeira grande etapa o diagnóstico que norteia os agentes no momento de passar as informações aos pais e alunos. “Nesta pesquisa tivemos a confirmação sobre o consumo de álcool.”

Nos encontros os pais e professores são alertados sobre os danos que a bebida causa ao cérebro do adolescente. Observa que afeta o aprendizado a médio prazo. “Queremos retardar a experimentação, usando dados confiáveis para capacitar os pais e professores.”

A ideia é que os docentes falem sobre os danos à saúde em sala de aula. Laura sugere que possam trabalhar o assunto em disciplinas como a de Química e Biologia, aliando ao conteúdo já programado.

Falta de parceiros

O desafio atual é conseguir empresas dispostas a patrocinar a causa, unindo-se à Univale e Alsepro. Os voluntários custeariam a confecção de cartazes, adesivos e demais materiais educativos.

A organização do fórum gera custos com aluguel de espaço, palestrantes, material de divulgação. A participação do programa em outros municípios – como no Fórum do Álcool, em Porto Alegre – acarreta gastos com deslocamento.

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