Lajeado – As lombadas eletrônicas instaladas no perímetro urbano custam cerca de R$ 32 mil mensais aos cofres do município. Até o fim de outubro, os 32 aparelhos em funcionamento haviam multado 3,7 mil motoristas em 16 pontos do município.
Assim como nos últimos anos, as ruas Carlos Spohr Filho, Bento Rosa e João Abott se destacam de forma negativa. Juntas, acumulam 1.226 multas nos 10 primeiros meses do ano. Uma média superior a 200 mensais.
Mas a recordista é a Av. Avelino Tallini. Só naquela avenida, os aparelhos instalados em frente ao Prédio 11 da Univates registraram 908 motoristas acima da velocidade permitida. A maioria dos flagras ocorre à noite, quando é comum moradores reclamarem de “pegas” entre os carros. Lá, assim como na rua João Abott, o limite é de 40 km/h.
Em apenas duas vias, o número de infrações ficou abaixo de 100. Na rua Washington Luis, os aparelhos eletrônicos multaram 32 motoristas. Uma média de 3,2 por mês. A menor em Lajeado, naquela que é uma das primeiras lombadas instaladas no município. Outra rua, a Henrique Stein Flho, registrou 50 veículos acima do limite de 50 km/h.
Os piores índices foram registrados nos meses de março e setembro. No primeiro, são 397 multas computadas nas 14 vias onde existe monitoramento. Mas foi em setembro que o Departamento de Trânsito registrou o maior número de infrações: 414 em 30 dias. No mês passado, 394 motoristas foram multados.
A cidade chegou a ser monitorada por 57 aparelhos em 2011. Naquela época, flagraram 7.479 veículos transitando fora do limite permitido. No ano seguinte, a administração municipal anunciou a retirada de 15 lombadas. Em alguns pontos, elas foram substituídas por redutores do tipo quebra-molas.
O Executivo paga R$ 1 mil por aparelho à empresa Kopp. O contrato de locação foi assinado em 2011, atendendo orientação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Antes disso, o acordo previa destinação de 49% dos valores arrecadados para a Kopp, e o restante para o município. Essa prática foi considerada irregular pelos auditores do TCE.
Mais de 1,3 mil motoristas escaparam
Além das 3,7 mil multas computadas, as 32 lombadas eletrônicas flagraram outros 1.333 motoristas acima dos limites de velocidade. No entanto, interferências como placas ilegíveis, reflexo do sol ou até mesmo a tentativa de motoristas de esconderem as placas impossibilitaram a formatação das infrações.
Cerca de R$ 113 mil deixaram de ser arrecadados em função dos problemas de visualização. O valor, segundo a administração municipal, é rateado entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e o município. Parte dos recursos é gasta no envio das multas aos devedores.
O valor total das multas é calculado com base nas infrações de R$ 85. De acordo com o Departamento de Trânsito, cerca de 90% delas possuem esse valor aplicado a quem ultrapassa em 20% o limite de velocidade.
Há ainda quatro aparelhos desligados. Eles estão localizados na Av. Amazonas, no bairro Universitário; na Av. Benjamin Constant, bairro Florestal; e também as lombadas instaladas nos bairros Olarias e Jardim do Cedro.
Mais de 40 novos pedidos
Conforme o diretor do Departamento de Trânsito, Euclides Rodrigues, existem mais de 40 novos pedidos para instalação de lombadas. “Licitaremos uma empresa para realizar um estudo técnico. Após isso, poderemos instalar novos aparelhos.”
Considera o montante de infrações normal para o período. Lamenta o acúmulo em vias como a Av. Avelino Tallini, e afirma que muitos motoristas desrespeitam os limites por desacreditarem em punições.
“A morosidade dos julgamentos, e a facilidade de obter recursos tira o medo das pessoas.” Conforme o diretor, uma nova determinação do Detran determina mais rapidez no julgamento das multas.