Teutônia – O mais visitado ponto turístico do Vale do Taquari está à venda. Conforme anúncios divulgados em veículos de imprensa do Estado, os atuais proprietários cobram R$ 9,5 milhões pela área de 120 hectares, que conta com restaurante, hotel e cabanas para hospedagem, além de belezas naturais, como a própria lagoa, cascatas e belos mirantes.
Grupo de investidores se interessa pelo negócio. Conforme informações extra-oficiais, um deles já teria realizado uma oferta, projetando a construção de um condomínio fechado no topo do morro localizado em Linha Harmonia. Caso o negócio se concretize, há possibilidade de cessar o acesso aos visitantes no local.
A área é particular e pertence à família Wolf, que comprou o local em 1974, dois anos após a desativação da antiga hidrelétrica que funcionava no topo do morro. Neste ano, a matriarca faleceu e os quatro filhos herdaram a posse da estrutura. A prefeitura de Teutônia possui um pequeno terreno de 1,5 hectares próximo da lagoa.
Dos quatro filhos proprietários, dois pretendem continuar de posse da área. Um deles é Carlos Wolf. Ele pretende negociar com os investidores para construir mais 12 cabanas e realizar outras adequações como sala de jogos, piscinas, entre outros atrativos para receber turistas. “Já aprovamos projeto para angariar créditos no passado. Mas nunca saiu do papel.”
Perda para o turismo
Hoje, em média, 400 pessoas visitam o local a cada fim de semana. Além dos passeios de cavalo, existem bons locais para prática de esportes de aventura, como rappel e paraglyder. A Lagoa da Harmonia integra a Rota Germânica, uma das mais movimentadas do Vale do Taquari, e por onde passaram mais de 20 mil turistas em 2012.
O secretário de Turismo de Teutônia, Ariberto Magedanz, lamenta a possível saída da Lagoa da Harmonia do roteiro turístico. “Será uma perda muito grande, mas é particular, não há o que fazer. Nossa esperança é que os próximos proprietários mantenham a atividade turística do local.”
História da Lagoa
A história se inicia em 1935. O agricultor Reinoldo Aschebrock planejava a construção de uma usina hidrelétrica. Não existia nada semelhante na região. Mas só 11 anos mais tarde iniciou os trabalhos. Com o apoio de moradores da vila, e após um ano e meio de muito esforço a base de pá e picareta, a barragem foi erguida.
Foram os próprios agricultores os responsáveis pela instalação dos primeiros postes e fios. No dia 24 de janeiro de 1950, a usina com capacidade de gerar 75 kva foi inaugurada. No início, eram atendidos 90 moradores da vila e arredores. Um tempo depois, outra hidrelétrica foi construída.
Foi nesta mesma época que o sistema cooperativo de produção e consumo começou a se destacar na região. Reinoldo resolveu fundar a Cooperativa de Eletricidade Rural Teutônia Ltda., no dia 19 de fevereiro de 1956. A hidrelétrica continuou gerando energia elétrica para os 174 sócios-fundadores da Cooperativa.
As duas usinas foram paralisadas em 1972, pela falta de capacidade de produzir energia para toda a população. Dois anos depois, o patriarca da família Wolf começou a comprar os primeiros lotes de terreno no topo do morro.