Lajeado – Dois arrombamentos na Escola Estadual de Ensino Médio Santo Antônio (Ciep) atestam a insegurança no estabelecimento. Nas madrugadas de sábado e domingo, conforme a direção do colégio, ladrões serraram oito cadeados. Dentre os itens furtados estão alimentos e aparelhos eletrônicos.
Cerca de 500 alunos foram prejudicados. Os invasores levaram carne moída, mortadela, iogurte e queijo. Ao chegar na escola, funcionários viram restos de alimentos espalhados pelo chão. Sem merenda, a diretora substituta Leni da Silva, encomendou bolachas de um mercado.
Um morador do bairro afirma ter visto um homem vendendo 15 quilos de carne por R$ 40, no domingo. Com três filhos estudantes no Ciep, relata a sensação de insegurança no colégio. “Os pais não denunciam por medo.”
O caso foi registrado na Polícia Civil, porém, a lista de objetos furtados não foi entregue. A direção assegura que foram levadas duas câmeras fotográficas, dois aparelhos de som, um amplificador, além de parte da merenda. Funcionários suspeitam que os ladrões tenham entrado pelo portão dos fundos.
Outro arrombamento ocorreu em maio. Na ocasião, os ladrões furtaram um notebook com projetor multimídia e três computadores. O quadro negro da sala dos professores continha um recado: “É nois. TCL”.
CRE confirma reforma
A coordenadora Regional de Educação, Marisa Bastos, esteve ontem à tarde no Ciep. A reforma deve se concretizar em 2014. Engenheiros acompanharam a coordenadora durante a avaliação.
Vidros quebrados, infiltrações, extintores de incêndio e estruturas danificadas integram a lista de reparos. Construída há 17 anos, a escola foi projetada para ser um centro educacional em turno integral. O investimento chegou a R$ 1,1 milhão na construção do complexo de 4,5 mil metros quadrados. A estrutura tem capacidade para mais de 900 alunos.
De acordo com Marisa, o orçamento previsto para a reforma no prédio ultrapassa R$ 1 milhão. Também devem ser instalados cabos de fibra óptica para a futura instalação de câmeras de monitoramento.
A 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) pretende também construir uma casa para um vigilante.
No ano passado, uma reunião entre Ministério Público, Polícia Civil, Brigada Militar, direção da escola e 3ª CRE estabeleceu medidas para coibir o consumo de drogas, as ameaças aos professores e os casos de vandalismo.
Segundo Marisa, desde então, foi estabelecida a reforma do prédio como uma forma de aumentar a segurança.
Para ela, outra medida importante é a participação da comunidade no cuidado da escola.
Histórico de violência
A vulnerabilidade e insegurança no Ciep são abordados pelo A Hora desde julho de 2012. São pelo menos três reportagens sobre agressões, uso de entorpecentes, vandalismo e furtos.
10/07/2012
A insegurança nos ambientes da Escola Estadual Santo Antônio dificulta o aprendizado das crianças e tumultua o ambiente de trabalho dos professores. Vidros quebrados, infiltrações, estruturas danificadas e até salas de aula utilizadas como moradia improvisada retratam uma realidade preocupante. Agressões de alunos a professores fecham o ciclo de desamparo que a comunidade escolar suporta há anos.
14/05/2013
Cerca de 60 pessoas, entre professores, alunos, pais e funcionários, protestaram em frente ao colégio exigirndo policiamento e punição aos vândalos, traficantes e criminosos que aterrorizam a comunidade escolar.
Uma ocorrência de crime mudou a rotina da instituição. Ladrões pularam o muro e sem dificuldades abriram o cadeado que dá acesso ao salão. Depois se dirigiram à secretaria e à sala dos professores.
13/08/2013
Sem extintores disponíveis para qualquer emergência, professores e funcionários da Escola Estadual Santo Antônio – antigo Ciep – utilizaram baldes e mangueiras para apagar com água um princípio de incêndio dentro do ambiente escolar. O fato aconteceu no primeiro semestre. A maioria dos quase 460 alunos estava presente. Um curto-circuito na precária instalação elétrica do complexo foi a causa detectada.