Assaltos preocupam taxistas da região

Você

Assaltos preocupam taxistas da região

Na sexta-feira, motorista de Bom Retiro do Sul foi ameaçado com uma faca e reagiu

Vale do Taquari – Roubos a taxistas expõem a situação de insegurança aos trabalhadores. Na sexta-feira Elio Sontag, de Bom Retiro do Sul, foi assaltado em Lajeado. Por volta das 19h, o suspeito chegou ao ponto do taxista solicitando uma corrida até a rodoviária velha,

m

na rua Borges de Medeiros.

Em frente da prefeitura de Lajeado, o homem identificado como Jéferson dos Santos sacou uma faca com 15 centímetros de lâmina e anunciou o assalto. O motorista reagiu. Segurou o pulso do assaltante. Com a outra mão, o homem pegou R$ 200 que estavam no bolso da camisa do motorista.

Em seguida, abriu a porta do caroneiro e fugiu. Enquanto corria, uma viatura da fiscalização de trânsito municipal passava pelo local e o suspeito foi detido. Ele foi levado ao plantão da Polícia Civil. Com Santos, foram encontrados R$ 35.

Suspeito foge da DP

Enquanto o motorista prestava depoimento, Santos aguardava na sala de espera. Após um descuido, ele fugiu pela porta da frente da delegacia antes de ser ouvido. Na fuga, deixou a carteira de identidade com a Polícia Civil (PC). A partir disso, Santos será indiciado pelo crime de roubo.

De acordo com o Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), desde janeiro até o dia 15 de novembro, foram 11 roubos a taxistas. Desse total, quatro ocorreram em setembro.

Aproximação com a BM

Em maio, uma reunião entre Brigada Militar (BM), integrantes do governo e taxistas definiu ações para dar mais segurança aos motoristas profissionais durante a noite. De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos do Vale, Rubem José Sattler, após essa aproximação, houve diminuição nos crimes na cidade, pois a BM é informada da saída de algum motorista com passageiro suspeito pelos colegas.

Também afirma uma maior presença de patrulhas em áreas consideradas perigosas, como na rodoviária. “Os colegas de ponto cuidam as saídas. Quem é o passageiro, para onde vai. Em caso de suspeita, ligamos para o 190.”

Outra medida que tem dado resultado são os sinais de luz. No momento em que um taxista está com uma corrida considerada arriscada, ao passar pelos policiais, sinaliza. A viatura, diz Sattler, segue o táxi e coíbe o crime.

Segundo o presidente, 80% dos roubos em Lajeado envolvem profissionais que atuam em outros municípios. “Os ladrões pedem uma corrida, ao chegar na cidade, anunciam o assalto.” Em toda a região, estão cadastrados 817 taxistas. Destes, 90 trabalham em Lajeado.

Alto custo impede cabines

A instalação de cabines à prova de balas custa R$ 3.750. Valor considerado alto pelos motoristas. A Câmara de Vereadores de Lajeado propôs a obrigatoriedade do item nos veículos, algo rechaçado pela classe. “Trocamos de carro a cada dois anos. Imagina se tivéssemos de gastar mais essa quantia”, frisa Sattler.

Mesmo com a cabine no carro, foi assaltado duas vezes. Conta que os criminosos usam dois tipos de técnicas para isso. Colocam uma mochila no porta-malas. Ao descer para abrir o compartimento, os motoristas são rendidos. Na outra, ao parar, o suposto cliente faz o retorno e faz menção de pagar onde está o motorista. Ao baixar o vidro, é anunciado o assalto.

Outro instrumento para dar mais segurança são as câmeras internas. Com um custo próximo dos R$ 400, tornam-se importante para a identificação dos autores. Entretanto, para Sattler, caso o criminoso perceba, a vida do motorista pode ficar em risco.

Assassinato de taxista

No dia 10 de maio, o motorista de táxi João Freitas de Souza foi morto a facadas na divisa entre Cruzeiro do Sul e Lajeado. Policial civil aposentado, ele trabalhava em Estrela. Há dez dias, a PC de Lajeado recebeu o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) sobre as digitais encontradas no veículo.

Conforme o delegado de Lajeado, Sílvio Huppes, as provas são inconclusivas. Conta que há suspeitos do crime. A investigação, relata, trabalha com diversas hipóteses, dentre as quais, latrocínio e vingança.

Presidente da Associação de Taxistas de Estrela, José Fagundes, conta que após esse crime algumas mudanças ocorreram na cidade. BM e motoristas definiram medidas para reduzir o risco. Entre as quais, abordagens ao veículos durante a noite. Desde então, garante Fagundes, não houve mais assaltos aos motoristas de táxi do município.

Acompanhe
nossas
redes sociais