Univates quer levar prefeitos à Europa

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Univates quer levar prefeitos à Europa

Projeto visa conhecer modelos de gestão pública praticados em cidades do exterior

Vale do Taquari – A carência de políticas públicas avançadas, capazes de solucionar problemas estratégicos nas gestões municipais, motiva projeto da Univates. A instituição busca parcerias para levar prefeitos do Vale do Taquari a conhecer modelos praticados em cidades europeias.

O projeto é elaborado pela Assessoria de Relações Internacionais da instituição. De acordo com o reitor, Ney Lazzari, universidades da Europa ficaram responsáveis por indicar quais as melhores regiões para se conhecer. Entre os principais interesses estão avanços na área de saneamento básico, transporte público e mobilidade urbana.

nSegundo Lazzari, a proposta começou a ser debatida há cerca de um mês. A previsão é apresentar a proposta aos prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) no início de 2014. E em seguida começar as viagens. O reitor salienta que será possível visitar de três a quatro países em apenas uma semana, no entanto, os custos serão pagos por cada interessado.

A presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cíntia Agostini, reforça a importância de se pensar em novos planejamentos estratégicos. Para ela, os planos na área privada evoluíram muito nos últimos anos no país, mas instituições públicas continuam reféns das práticas adotadas nos primeiros anos depois da ditadura militar. “Estamos carentes. É preciso amadurecer.”

De acordo com Cíntia, o Vale pode aprender grandes coisas com regiões mais avançadas, pois elas já debatiam questões estruturais enfrentadas hoje no Brasil, há muitas décadas. “A história mostra que países do exterior aprenderam com o tempo e podem nos ajudar a crescer.”

O prefeito de Progresso e presidente da Amvat, Edegar Antônio Cerbaro, concorda com a importância do projeto. Segundo ele, é fundamental conhecer in loco gestões bem desenvolvidas para poder extrair propostas que sejam possíveis de aplicar segundo a particularidade de cada município da região.

No entanto, destaca Cerbaro, se criou um mito na comunidade, no qual político é corrupto e viaja para desperdiçar dinheiro. Conforme o prefeito, para ir a Brasília, por exemplo, deve haver autorização do Legislativo, que muitas vezes contraria posições do Executivo pela política. “Muito do que conseguimos até hoje foi copiado de fora, aprendemos com outras cidades”, reforça.

Região conhece a Galícia, na Espanha

Em março de 2010, 23 pessoas, entre prefeitos, empresários, líderes regionais e profis­sionais de imprensa embarcam para a Galícia – Espanha, região considerada semelhante ao Vale do Taquari.

O objetivo da visita foi buscar alternativas e novas formas de produção para reestruturar a cadeia produtiva do leite na próxima década. Soluções para problemas recorrentes enfrentados no cotidiano foram vistas direto nas propriedades rurais e nas audiências com órgãos públicos e privados da Galícia.

Desde então, a região trabalha para conseguir efetivar o Vale dos Lácteos. Entidades, profissionais e agricultores se valem de muitas experiências obtidas na Europa para modernizar a capacidade e organização produtiva.

Desafios se acumulam

O Vale do Taquari detém 213 mil veículos nos 36 municípios. A quantidade representa 4% da frota estadual. Deste total, Lajeado e Estrela somam 76.379. Isso alcança um percentual de 35,7% de toda a frota regional.

Na ausência de projetos capazes de proporcionar condições satisfatórias para a mobilidade urbana, crescem engarrafamentos nas ruas da região. Congestionamentos em horários de pico aumentam à medida que a frota de veículos cresce. Especialistas alertam para a urgente necessidade de estabelecer planos contínuos, sem interrompê-los a cada troca de governo.

Há dois meses, a Univates divulgou pesquisa sobre demandas da principal cidade do Vale, Lajeado. Dentre elas o transporte coletivo, planejamento de novos loteamentos, moradores em área de risco e saneamento básico atrasado.

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